Imagem: Reprodução/SpaceX

Desde 2019, a SpaceX segue trabalhando na expansão da megaconstelação de satélites Starlink, que irá fornecer internet de alta velocidade e baixa latência para todo o mundo. Agora, uma equipe de pesquisadores criou um método para usar o sinal dos satélites para uma finalidade diferente: a partir dos sinais de seis satélites da constelação, eles conseguiram determinar uma localização na Terra com precisão de 8 m. Esta foi a primeira vez que o sistema da SpaceX foi usado para objetivos navegação por pesquisadores que não integram a empresa.

Os engenheiros que realizaram o estudo trabalharam com triangulação dos sinais emitidos por seis satélites e, assim, conseguiram determinar um local na Terra com grande precisão — para comparação, os recursos de GPS dos smartphones costumam indicar localizações com precisão de 4,9 m. Para isso, eles não precisaram de ajuda da SpaceX e não tiveram acesso aos dados transmitidos — equipe trabalhou somente com as informações relacionadas à localização e movimento dos satélites.

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Atualmente, a SpaceX já passa dos 1.700 satélites Starlink em órbita (Imagem: Reprodução/SpaceX)

Zak Kassas, diretor do Center for Automated Vehicles Research with Multimodal Assured Navigation (CARMEN), explica que a equipe “escutou” o sinal e, depois, criou algoritmos sofisticados para identificar a localização em que estavam. Como resultado, mostraram que o sistema funcionou com grande precisão. “Mesmo que a Starlink não tenha sido criada para propósitos de navegação, mostramos ser possível aprender a usar partes do sistema bem o suficiente para navegação”, disse.

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Para desenvolver o sistema, a equipe usou os sinais de vários satélites e usou um algoritmo para localizar uma posição na Terra. Depois, eles instalaram uma antena em um dos campus da Universidade da Califórnia para tentar determinar a localização com os satélites. Através dos sinais de seis deles, o experimento determinou a posição estimada da antena a 7,7 m de onde realmente estava.

Para Kassas, a precisão dos satélites da SpaceX através dessa metodologia irá aumentar conforme novas unidades da constelação forem lançadas à órbita, e eles acreditam que o método pode também servir como um complemento à navegação de GPS tradicional. Como esse sistema já funciona há mais de 30 anos e tem um sinal conhecido, que permite uso em smartphones e veículos, o sistema de GPS fica também mais vulnerável a ataques.

Além disso, a rede Starlink tem a vantagem oferecida por sua altitude: os satélites da megaconstelação orbitam a Terra a 1.200 km, o que torna os sinais mais fortes e menos suscetíveis a interferências naturais ou artificiais. Enquanto isso, os sinais de GPS ficam em uma órbita geossíncrona a mais de 37.000 km de altitude, o que os deixa mais expostos a essas.

O artigo com os resultados do estudo será publicado na revista IEEE Transactions on Aerospace and Electronic Systems.

Fonte: Space.comOhio State University e Canal Tech