KAPOF com H-60L

Em ocorrências relacionadas à queda de aeronave, quando ocorre a necessidade de buscar, localizar e salvar pessoas, a Força Aérea Brasileira (FAB) é acionada. O processo tem início com o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), que está sob a gerência do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão que normatiza, coordena e controla as ações de Busca e Salvamento.

Em estado de alerta, 24 horas por dia durante todo o ano, estão os militares que atuam no Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO), distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do território nacional (Atlântico, Brasília, Curitiba, Manaus e Recife). Esse órgão, por sua vez, é subordinado aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA), que atuam na execução das atividades de controle do tráfego aéreo classe geral e militar, na vigilância do espaço aéreo e no comando das ações de defesa aérea no Brasil. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro, as Polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros e outras organizações públicas, privadas e não governamentais também atuam em conjunto com o SALVAERO.

i2112114223603606Acionamento dos órgãos responsáveis

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Existem modos estabelecidos para registrar a ocorrência aeronáutica, conforme explica o Chefe da Divisão de Busca e Salvamento do DECEA, Major Aviador Bruno Vieira Passos. “A informação chega aos Centros de Coordenação de Busca e Salvamento Aeronáutico (ARCC), sendo elas, por meio de órgãos de controles, como rádios e torres de controle; por sinais de balizas de emergências, que emitem sinais a partir de equipamentos embarcados nas aeronaves; ou, ainda, por telefonemas de familiares, pilotos, proprietários da aeronave ou quem possa ter presenciado o evento”, explica o Oficial.

Todas as informações são criteriosamente analisadas e, confirmando a emergência, é acionado o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), para que disponibilize os meios aéreos para executar a Busca e Salvamento (SAR, sigla em inglês para Search and Rescue). O Comando de Preparo (COMPREP) tem participação nas missões por meio de capacitação técnico-profissional dos recursos aéreos e aeroterrestres a serem disponibilizados para serem engajados em atividades SAR. “Quanto mais precisas e seguras as informações recebidas, mais rápido é o acionamento. Por isso, a importância das balizas de emergência estarem registradas e atualizadas no banco de dados do Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC)”, ressalta.

i2112314425307386Os padrões de Busca e Salvamento são estabelecidos, transmitindo as coordenadas para os Esquadrões Aéreos de alerta. “Inicia-se, então, os procedimentos de Meio de Busca, que é quando não se sabe o paradeiro da aeronave. Quando identificada a localização, é acionado o Meio de Salvamento, onde os helicópteros são direcionados para resgate de sobreviventes”, completa o Major.

As buscas são encerradas somente quando ocorre o salvamento das vítimas e encaminhadas ao hospital, ou quando há confirmação de óbito. Elas são suspensas quando os tripulantes a bordo não são encontrados, mas podem ser reativadas a qualquer momento, quando novos indícios surgirem. “O objetivo de todas as missões de Busca e Salvamento é o de resgatar sobreviventes”, acrescenta o Major.

Atuação dos Esquadrões de Busca e Salvamento

i2112314425404369Após averiguar as informações recebidas dos órgãos envolvidos, como matrícula da aeronave, localização da queda, se há sobreviventes ou não, dentre outras, o SALVAERO aciona os Esquadrões de Busca e Salvamento da FAB. Trata-se de militares treinados e preparados para a localização ou resgate a bordo de aeronaves equipadas. Normalmente, a atuação é feita por meio dos helicópteros H-36 Caracal e H-60L Black Hawk, aeronaves mais indicadas para o cumprimento deste tipo de missão, em razão da versatilidade e características de voo.

Atualmente, a FAB conta com dez Esquadrões de Busca e Salvamento e estão localizados em Campo Grande (MS), Parnamirim (RN), Rio de Janeiro (RJ), Santa Maria (RS), Manaus (AM), Canoas (RS) e Belém (PA).

i2112314425002978De acordo com o Comandante do Esquadrão Puma (3º/8º GAV), Tenente-Coronel Aviador Bruno Cesar Guimarães de Oliveira, para o cumprimento de cada missão de Busca e Salvamento os militares envolvidos passam por complexa e extensa rotina de treinamentos. “Existem cursos para Coordenadores, Pilotos, Mecânicos, Operadores de Equipamentos Especiais, Observadores SAR e Homens de Resgate. Qualquer dessas funções demanda vários cursos prévios e anos de formação. Além da capacitação, a Força Aérea realiza diversos treinamentos anuais para manter seus militares em condições de uma rápida resposta em caso de um incidente”, comenta o Oficial.

Além do mais, o Comandante destaca que são investidos recursos em modernos equipamentos necessários às atividades militares, para garantir a missão constitucional das Forças Armadas, que também são empregados em tempo de paz em benefício da população. “O Esquadrão PUMA possui modernos helicópteros H-36, da Airbus Helicopter, com capacidade para resgates diurnos e noturnos, com sensores térmicos e radares que auxiliam na missão. Possuem, ainda, a capacidade de realizar resgates a centenas de quilômetros da costa e o treinamento conjunto com a Marinha do Brasil, proporcionou ao Esquadrão a capacidade de operar embarcados em navios, ampliando sua área de atuação”, salienta.

i2112314425407207O Oficial ressalta que os militares que compõem os diversos esquadrões da FAB estão sempre em condições operacionais para ajudar as vítimas de acidentes aeronáuticos. “Cada tripulante decola capacitado, com total comprometimento e esperança de socorrer os ocupantes. Os familiares podem estar certos de que a FAB possui profissionais e equipamentos adequados para fazer todo o possível pelas vítimas, sempre com empenho e dedicação. Nessa guerra, somos aliados. Temos a certeza de que, mesmo quando não é possível resgatar vítimas com vida, nosso trabalho ajuda a amenizar o sofrimento dos familiares e amigos”, finaliza.

Para saber mais sobre a atuação da Aviação de Busca e Salvamento, clique aqui.

Fotos: Agência Força Aérea

Marcelo Barros, com informações da Agência Força Aérea
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).