Riscos aos cabos submarinos em Fortaleza mobilizam autoridades e especialistas

Foto: Reprodução/Submarine Cable Map

Durante o evento Cyber.Gov, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, alertou para os riscos enfrentados pelos cabos submarinos na Praia do Futuro, em Fortaleza, e reforçou a necessidade de uma área de proteção para garantir a continuidade da conectividade entre a América do Sul e outros continentes. Com recentes projetos na área, autoridades buscam equilibrar desenvolvimento e segurança.

Importância e Vulnerabilidade dos Cabos Submarinos na Praia do Futuro

A Praia do Futuro, em Fortaleza, abriga um dos mais importantes hubs de cabos submarinos da América Latina, garantindo a conectividade do Brasil com regiões como América do Norte, Europa, África e América Central. Essa infraestrutura é vital para a estabilidade das telecomunicações no continente, mas sua localização em uma área de grande movimentação urbana e turística torna os cabos vulneráveis a interferências e danos, o que poderia comprometer a transmissão de dados em escala continental.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, destacou que essa estrutura de cabos é uma “infraestrutura crítica” e que sua preservação é essencial para manter a conectividade e segurança de informações entre continentes. Qualquer dano a esses cabos, segundo especialistas, poderia trazer sérios prejuízos à economia e à segurança nacional, impactando desde o fluxo de comunicações até o funcionamento de serviços essenciais que dependem da internet.

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Propostas de Proteção para a Infraestrutura Crítica

Para garantir a integridade dos cabos submarinos, a Anatel propôs a criação de uma área de proteção ao redor do hub, com uma série de medidas de segurança física e cibernética. Sugestões como patrulhamento e a possível militarização da área têm sido discutidas, além de iniciativas para reforçar a segurança digital, com a instalação de sistemas de firewall e criptografia de dados para evitar interceptações e ataques cibernéticos.

Outros especialistas sugerem medidas preventivas, como auditorias de segurança e a criação de redundâncias de rota para minimizar os efeitos de qualquer dano eventual. Essas rotas alternativas poderiam evitar um apagão de internet no caso de uma interrupção nos cabos principais. Fabio Andrade, vice-presidente de relações institucionais da Claro, defendeu a importância de isolar a área para evitar construções urbanas que possam ameaçar os cabos. Ele destacou que uma visão estratégica de proteção militar poderia assegurar a segurança da infraestrutura.

Perspectivas para o Desenvolvimento e Sustentabilidade do Hub

Ao mesmo tempo, a Praia do Futuro é alvo de novos projetos de desenvolvimento, como a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e o segundo data center da empresa V.tal, inaugurado em outubro. Embora essas iniciativas busquem promover o crescimento econômico e tecnológico, autoridades e especialistas alertam para a necessidade de compatibilizar o desenvolvimento com a proteção da infraestrutura de telecomunicações.

O professor João Henrique Corrêa, da Universidade Federal do Ceará, destacou que, além da segurança dos cabos, é importante que a convivência entre a ocupação urbana e o hub de cabos seja bem planejada. Ele observou que a escolha estratégica de Fortaleza se deve à qualificação da mão de obra local e à infraestrutura da cidade, ressaltando que o desafio está em manter essa convivência sem comprometer a operação dos cabos submarinos, essenciais para a conectividade do Brasil e da América do Sul.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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