Imagem: Defesa em Foco

Nos últimos anos, a relativa estabilidade mundial deu lugar a um cenário mais turbulento, com o ressurgimento de conflitos armados. Essa mudança teve um impacto direto na economia mundial, em especial na indústria da defesa. Confrontos como os de Rússia e Ucrânia, Israel e Hamas, bem como as tensões entre China e Taiwan, colocaram em xeque a segurança global, impulsionando os mercados a focarem na chamada ‘indústria da guerra’.

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Uma Indústria em Ascensão: Perspectivas e Rendimentos

O ano de 2024 promete ser um ponto de virada para as empresas de armamento. Após um 2023 bem-sucedido, espera-se que as principais empresas de defesa, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, alcancem receitas recordes. As expectativas são elevadas: um aumento de 5,5% nas receitas para as quatro principais empresas norte-americanas (Raytheon, Northrop Grumman, General Dynamics e Lockheed Martin), alcançando 235 bilhões de euros. Somadas às cinco maiores empresas europeias, o lucro total pode chegar a 312,8 bilhões de euros, com um aumento de 3% nos lucros, o que representa 28,3 bilhões de euros adicionais.

Fatores Impulsionadores e Desafios Futuros

Apesar dos desafios anteriores, como as incertezas em torno do teto da dívida nos EUA e as projeções de recessão econômica, a indústria tem se mostrado resiliente. Os recentes conflitos no Oriente Médio e as eleições nos EUA, que podem influenciar nos pedidos militares, revitalizaram as expectativas do setor. Além disso, a crescente instabilidade geopolítica global e a necessidade de fortalecer as capacidades militares, especialmente na Ásia e no Oriente Médio, impulsionaram um interesse renovado em defesa.

Crescimento Sustentado e Obstáculos a Superar

Mesmo havendo um otimismo, existem preocupações. O Instituto Internacional de Estocolmo (SIPRI) e a The Business Research Company preveem um crescimento significativo nos gastos militares mundiais, com um aumento de 2,75% até os 2,132 trilhões de dólares. No entanto, desafios como a escassez de mão de obra e o aumento dos custos trabalhistas podem afetar a capacidade da indústria de atender à demanda. A luta para atrair talentos especializados e a pressão sobre os salários são aspectos críticos que podem influenciar na rentabilidade futura destas empresas.

Perspectivas do Mercado

Com o cenário descrito acima, terão desafios, o mercado se mantém otimista sobre o potencial da indústria de defesa. Espera-se um crescimento sustentado impulsionado pela instabilidade geopolítica e a crescente demanda por capacidades militares avançadas. As empresas que conseguirem se adaptar a esses desafios poderão ver não apenas um crescimento em suas receitas, mas também um fortalecimento em sua posição no mercado global.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).