O Reator Argonauta, instalado no Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), é o único reator nuclear de pesquisa em operação na cidade do Rio de Janeiro. Não é um reator de potência voltado para geração de energia elétrica, e sim uma instalação  destinada a ensino, pesquisa e serviços.

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Com mais de 52 anos de atividade regular, na área de ensino o Argonauta atende os cursos de pós-graduação do IME, COPPE-UFRJ e do próprio IEN, e cursos de graduação da UFRJ de física médica e engenharia nuclear. Também recebe visitas de instituições de ensino de graduação e de nível médio.

Em relação à pesquisa, até agora foram defendidas, com ajuda do reator, cerca de 100 teses de doutorado e dissertações de mestrado, que deram origem a diversas linhas de P&D. Entre elas, podem-se citar a neutrongrafia e a tomografia com nêutrons, a espectrometria com nêutrons, a análise por ativação neutrônica e a produção de radioisótopos. Todas essas aplicações utilizam o fluxo de nêutrons gerado no Argonauta.

Utilizando a técnica da neutrongrafia (que é uma espécie de “radiografia” com nêutrons em vez de raios X), são prestados serviços, por exemplo, para a indústria aeroespacial. Esses serviços representam ensaios para o controle de qualidade de componentes produzidos por essa indústria. O reator também produz radioisótopos com aplicação na pesquisa e na indústria.

 

Histórico

O Argonauta começou a ser construído em 1962, marcando o início das atividades do IEN. Ele foi projetado pelo Argonne National Laboratory (EUA), projeto este que foi doado ao Brasil através do programa “Átomos pela Paz”. Foi o terceiro reator nuclear de pesquisa instalado no Brasil e o primeiro construído e montado por empresas nacionais. Engenheiros brasileiros redesenharam, adaptaram e detalharam o projeto norte-americano, adequando-o às nossas condições de engenharia e tecnologia da época. Em apenas três anos foram terminadas as etapas de fabricação, montagem, carregamento dos elementos combustíveis, instalação e testes da instrumentação, controle e segurança do reator.

Feito pioneiro foi a confecção dos elementos combustíveis para o reator, realizada em um pequeno laboratório recém-construído nas instalações do antigo IEA/SP, atual IPEN/SP. Eles foram fabricados a partir de 30 kg de urânio enriquecido a 20%, recebidos, a título de doação, através do programa “Átomos pela Paz”, liderado pelo governo norte-americano para promover o uso pacífico da energia nuclear, do qual o Brasil participava.

 

Perspectivas

Em 2016, o IEN teve aprovada, por meio do projeto FINEP “Modernização e Adequação das Instalações do Reator Argonauta – IEN e Laboratórios Associados”, uma verba de cerca de nove milhões de reais, destinada à modernização e ajustes das instalações do reator e dos laboratórios associados. Os objetivos são estender a vida útil do reator e introduzir novas áreas de pesquisa, como novas aplicações da neutrongrafia à indústria e às ciências médicas, produção de radioisótopos para a medicina, testes de materiais etc.

Texto de Henrique Davidovich, com a colaboração de Francisco Ferreira

Assessoria de Comunicação do IEN

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).