Quando tudo apaga, o rádio permanece: O valor estratégico da comunicação analógica

Pessoa segurando rádio antigo na noite escura.
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O recente apagão que afetou parte da Europa reacendeu um alerta global: em tempos de hiperconectividade digital, a dependência exclusiva de plataformas baseadas na internet pode ser um ponto frágil em situações de crise. Foi o bom e velho rádio que, mais uma vez, emergiu como o herói silencioso — transmitindo informações oficiais, orientando a população e ajudando a manter a coesão social diante do colapso dos sistemas digitais.

O Rádio como Pilar de Resiliência

Durante o blecaute europeu, redes móveis, internet e até serviços de energia falharam em várias regiões. No entanto, emissoras de rádio — graças à sua infraestrutura independente e baixo consumo energético — continuaram operando, tornando-se o único canal confiável para comunicação em massa.

Este cenário reforça a relevância do rádio como instrumento de segurança nacional. Não se trata apenas de um meio de comunicação popular, mas de uma tecnologia de baixo custo, resistente a falhas sistêmicas e com ampla penetração territorial.

Um Paralelo com Porto Alegre

O Brasil testemunhou fenômeno semelhante durante as enchentes que devastaram Porto Alegre, no ano passado. Em meio à pane das redes, rádios comunitárias e comerciais assumiram o protagonismo na comunicação entre autoridades, Forças Armadas e a população civil — transmitindo rotas de fuga, locais de abrigos e alertas meteorológicos.

A Importância Estratégica para as Forças Armadas

Diante de um cenário geopolítico cada vez mais instável e de ameaças híbridas que combinam guerra cibernética, sabotagem de infraestrutura crítica e desinformação, o rádio se mostra uma ferramenta indispensável também no contexto militar.

As Forças Armadas devem manter e fortalecer capacidades analógicas — incluindo rádios AM/FM, comunicações em ondas curtas e transmissões de emergência. Além disso, a integração entre radiodifusão civil e sistemas militares pode ser a chave para garantir a continuidade operacional durante ataques cibernéticos ou catástrofes naturais.

Propostas Estratégicas

  1. Capacitação cruzada entre militares e operadores civis de rádio, criando um protocolo nacional de radiocomunicação de emergência.

  2. Educação da população sobre como acessar e utilizar o rádio em cenários de crise.

  3. Campanhas conjuntas entre Defesa Civil, Marinha, Exército e Aeronáutica para reforçar o rádio como ferramenta de cidadania e segurança.

O rádio não é apenas uma peça de museu ou um companheiro nostálgico dos tempos antigos. É, hoje, um recurso crítico de soberania e proteção social. Em um mundo cada vez mais digital — e vulnerável —, lembrar do poder do analógico é também preparar o país para resistir quando tudo o mais falhar.

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