O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), iniciado em 2008 durante o segundo mandato do presidente Lula, representa um marco estratégico para a defesa e tecnologia nacional. Retomadas recentemente, as negociações com a França sob a administração de Lula e Emmanuel Macron reacendem esperanças de avanços significativos no desenvolvimento do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear. Este projeto, um sonho perseguido pela Marinha do Brasil desde os anos 70, é um testemunho da visão de longo prazo e da capacidade técnica nacional em um setor altamente especializado.

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Progresso Atual e Desafios Tecnológicos

A incorporação do S 41 Humaitá à frota da Marinha é um sinal de progresso contínuo no Prosub, que já custou cerca de R$ 40 bilhões. Com dois submarinos convencionais adicionais em construção em Itaguaí, o Brasil demonstra sua crescente capacidade técnica e industrial. No entanto, o desafio principal permanece: a construção de um submarino com propulsão nuclear. A tecnologia necessária para integrar o reator desenvolvido nacionalmente ao submarino é o foco atual das negociações com a França. A conclusão bem-sucedida desse projeto não apenas elevará o Brasil ao grupo exclusivo de nações com essa tecnologia, mas também reforçará a Base Industrial de Defesa do país.

O Aspecto Geopolítico e Econômico

Além das implicações em defesa e segurança, o Prosub tem significado geopolítico e econômico. A França vê no Brasil um potencial fornecedor de urânio, uma matéria-prima crucial para suas necessidades energéticas e para reduzir a dependência do gás russo. Do ponto de vista brasileiro, isso representa uma oportunidade de fortalecer laços diplomáticos e comerciais, bem como de explorar o potencial econômico da exportação de urânio. A visão do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar da Tecnologia e Atividades Nucleares, de aumentar a produção nacional de urânio, reflete a compreensão da importância estratégica desse recurso.

Uma Jornada Rumo à Excelência

O caminho para a conclusão do submarino nuclear brasileiro é desafiador e repleto de complexidades técnicas, mas também carrega o potencial de posicionar o Brasil como uma nação líder em tecnologia de defesa. A união entre a capacidade técnica interna e as parcerias internacionais, como a com a França, é crucial para o sucesso do Prosub. Este projeto não é apenas sobre a construção de um submarino; é sobre a capacidade do Brasil de inovar, colaborar e se afirmar no cenário mundial.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).