PROFOCAZ: Marinha e Cembra avançam em pesquisa do fundo oceânico

Foto: CEMBRA
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Em reunião com o Comandante da Marinha, o Centro de Excelência para o Mar Brasileiro (Cembra) apresentou o Programa Fundo Oceânico da Amazônia Azul (PROFOCAZ), que visa intensificar o mapeamento e o estudo do fundo marinho na Zona Econômica Exclusiva do Brasil. O programa, apoiado pela FEMAR e pela UFF, integra a estratégia da Marinha para a segurança e o desenvolvimento sustentável da Amazônia Azul.

Objetivos e Estrutura do Programa Fundo Oceânico da Amazônia Azul (PROFOCAZ)

O PROFOCAZ, como proposto pelo Cembra, busca preencher lacunas importantes no conhecimento sobre o fundo oceânico brasileiro. O programa contempla a análise da geomorfologia submarina, das características bentônicas e dos recursos naturais na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e na Plataforma Continental Jurídica do Brasil (PCJB). A coleta de dados estratégicos sobre montes submarinos e áreas ainda inexploradas da Amazônia Azul é essencial para o desenvolvimento de pesquisas ambientais e de defesa, visando tanto a exploração sustentável dos recursos naturais quanto a segurança das operações submarinas, incluindo aquelas envolvendo submarinos de propulsão nuclear.

A execução do PROFOCAZ prevê a participação de uma rede colaborativa de instituições, garantindo que os estudos se alinhem às demandas estratégicas do país. A integração de dados geológicos, oceanográficos e ambientais permitirá uma visão abrangente do fundo oceânico e dos ecossistemas marinhos, reforçando a capacidade da Marinha do Brasil de proteger e monitorar os recursos da Amazônia Azul com excelência.

Valor Estratégico e Dual do Conhecimento Submarino

O PROFOCAZ é um programa que se alinha diretamente ao Plano Estratégico da Marinha 2040 (PEM2040), buscando fortalecer a soberania e a defesa nacional em um contexto de alta competitividade internacional pelos recursos marítimos. Assim como programas de mapeamento submarino promovidos por países como os EUA (NOMEC), Reino Unido (UK CSM) e França (Seabed Warfare Strategy), o PROFOCAZ representa uma iniciativa de segurança estratégica. Ao realizar o mapeamento detalhado da Zona Econômica Exclusiva e da Plataforma Continental, o Brasil pode se posicionar para proteger seus recursos e reforçar sua autonomia sobre áreas de interesse, especialmente frente a ameaças como exploração não autorizada e atividades ilegais em águas territoriais.

Além disso, o conhecimento gerado pelo PROFOCAZ traz valor dual, pois é aplicável tanto ao setor de defesa quanto ao desenvolvimento econômico. A exploração de recursos minerais e energéticos de forma sustentável na Amazônia Azul pode trazer impactos positivos para a economia nacional, impulsionando a transição energética, especialmente com investimentos em energia offshore. O programa, portanto, representa uma importante contribuição ao fortalecimento da presença do Brasil nas águas jurisdicionais e ao desenvolvimento econômico estratégico.

Integração Nacional e Cooperação Científica

O PROFOCAZ também se propõe a atuar como um agente integrador, reunindo o Cembra, a SeCirm, a Fundação de Estudos do Mar (FEMAR) e universidades brasileiras em uma parceria de longo prazo. O programa visa fortalecer o Banco Nacional de Dados Oceanográficos (BNDO), posicionando-o como o principal repositório de informações sobre a Amazônia Azul e servindo de base para a inteligência de dados em áreas como soberania, meio ambiente e economia. Com a liderança da Marinha do Brasil, o PROFOCAZ pode atrair investimentos plurianuais em pesquisa e desenvolvimento, consolidando o Brasil como uma referência em estudos e preservação do ambiente oceânico.

Além de possibilitar a coleta de dados geoestratégicos, o programa abre espaço para que o país exerça uma governança mais eficaz sobre o espaço marítimo, oferecendo suporte a políticas públicas voltadas para a preservação e exploração sustentável da Amazônia Azul. A estrutura de dados coletados servirá também para o Planejamento Espacial Marinho (PEM), integrando ciência, defesa e inovação tecnológica em benefício das gerações futuras.

A reunião entre o Comando da Marinha e as lideranças do Cembra e da FEMAR reforça o compromisso do Brasil com a segurança marítima e a preservação dos recursos naturais, assegurando que o conhecimento sobre o fundo oceânico contribua tanto para a proteção ambiental quanto para a segurança nacional.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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