Primeiras mulheres soldados do Batalhão Humaitá concluem estágio

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Em um momento histórico para o Corpo de Fuzileiros Navais, o 2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais, Batalhão “Humaitá”, recebeu suas primeiras mulheres soldados. Entre os dias 17 e 21 de fevereiro, 11 militares femininas participaram, ao lado de seus colegas de turma, do QUARTELEX, estágio de adaptação essencial para a integração dos novos soldados à rotina operacional da unidade. Com treinamentos intensivos e instruções especializadas, a formação marcou o início de suas trajetórias dentro da Infantaria de Fuzileiros Navais.

O “QUARTELEX” e a adaptação ao Batalhão Humaitá

O QUARTELEX é um estágio de adaptação fundamental para os novos soldados Fuzileiros Navais que chegam ao 2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais. Com duração de uma semana, o treinamento busca familiarizar os militares com as exigências operacionais da unidade, reforçando a disciplina, a resistência física e o espírito de corpo.

Entre as atividades realizadas durante o estágio, destacam-se:

  • Treinamento Físico Militar (TFM) – exercícios diários para aprimorar a resistência e força dos soldados;
  • Navegação terrestre e orientação noturna – instruções para deslocamento em terrenos hostis sob baixa visibilidade;
  • Natação utilitária – desenvolvimento de habilidades aquáticas fundamentais para operações anfíbias;
  • Armamento e tiro – conhecimento e prática com os equipamentos utilizados pela Infantaria de Fuzileiros Navais;
  • Pista de obstáculos e cabos – simulação de desafios físicos encontrados em operações reais;
  • Pista de sobrevivência e conduta em área urbana – técnicas para situações de combate e patrulhamento noturno;
  • Rapel e patrulha noturna – aprimoramento de técnicas táticas para operações em diferentes cenários;
  • Programa de Artes Marciais Militares (PAMM) – defesa pessoal e combate corpo a corpo.

Ao final do treinamento, os soldados receberam o distintivo de gorro do Batalhão “Humaitá”, simbolizando sua integração plena à unidade. Esse momento representa o fechamento de um ciclo de aprendizado e adaptação, além de fortalecer o sentimento de pertencimento ao batalhão.

A participação das primeiras mulheres soldados no estágio

A edição deste ano do QUARTELEX foi marcada por um feito inédito: a presença das primeiras mulheres soldados da história do Batalhão Humaitá. As 11 militares femininas, pertencentes à Turma II/2024 do Curso de Formação de Soldados, enfrentaram os mesmos desafios e exigências que seus colegas de farda, demonstrando preparo, determinação e espírito de superação.

A inclusão dessas militares no batalhão representa um avanço significativo dentro da Infantaria de Fuzileiros Navais, uma área tradicionalmente ocupada por homens. Durante o treinamento, as mulheres participaram ativamente de todas as atividades, mostrando que a resistência física e a capacidade técnica não conhecem barreiras de gênero.

Os desafios foram intensos, exigindo não apenas força e disciplina, mas também resiliência mental. “Foi uma experiência única e desafiadora. Cada etapa do estágio nos ensinou a superar nossos próprios limites e a trabalhar em equipe. O sentimento de conquista ao final foi indescritível”, comentou uma das militares concludentes.

A participação das mulheres no QUARTELEX reforça o compromisso das Forças Armadas com a inclusão e a valorização da competência militar, independentemente do gênero. Esse marco histórico abre caminho para novas oportunidades e incentiva outras mulheres a ingressarem na carreira militar dentro do Corpo de Fuzileiros Navais.

Evolução e inclusão no Corpo de Fuzileiros Navais

Nos últimos anos, a presença feminina nas Forças Armadas tem crescido significativamente. O ingresso das primeiras mulheres no Batalhão Humaitá reflete essa evolução e reforça a importância da inclusão na estrutura militar.

A ampliação das oportunidades para militares femininas na Infantaria de Fuzileiros Navais é um reflexo das mudanças que vêm ocorrendo nas instituições de defesa ao redor do mundo. Muitos países já incorporaram mulheres em unidades de combate, reconhecendo suas habilidades e capacidade de desempenhar funções operacionais com excelência.

No Brasil, a abertura para mulheres em funções tradicionalmente masculinas vem sendo acompanhada por mudanças estruturais, como adaptações em alojamentos, treinamentos específicos e incentivos à permanência das militares na carreira. No entanto, desafios ainda existem, como a necessidade de maior representação feminina em cargos de comando e a adaptação da cultura organizacional para integrar plenamente esse novo perfil de militares.

Com a conclusão do QUARTELEX pelas primeiras mulheres do Batalhão Humaitá, um novo capítulo se inicia na história da Infantaria de Fuzileiros Navais. A expectativa é de que, nas próximas turmas, o número de militares femininas aumente, consolidando a presença feminina e fortalecendo a diversidade dentro das tropas de elite do Corpo de Fuzileiros Navais.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).