Por Margareth Lourenço

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Pela primeira vez, nos 210 anos de história da Academia Militar das Agulhas Negras, a AMAN, 23 mulheres tornaram-se aspirantes a oficiais. Na manhã ensolarada e quente do sábado (27), elas estavam entre os 368 ex-cadetes que integram a Turma Dona Rosa da Fonseca. Passado um pouco das 11h, a solenidade teve início com a presença do Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, que acompanhou a cerimônia do palanque das autoridades, junto ao Presidente da República, Jair Bolsonaro.

À frente deles, os formandos ingressaram no Pátio Tenente Moura passando pelo Portão Monumental, conhecido cartão-postal da Academia, erguida aos pés da Serra da Mantiqueira, ao sul do Rio de Janeiro, no município de Resende. Como é tradição do Exército Brasileiro, eles estreavam os seus uniformes de oficiais. A Turma Dona Rosa da Fonseca foi apresentada pelo Comandante da Instituição de Ensino Superior, General de Brigada Paulo Roberto Rodrigues Pimentel, ao Presidente Bolsonaro.

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Em seguida, um dos pontos altos da solenidade, a espada original, que pertenceu a Duque de Caxias, foi conduzida e depositada em local de honra. Ela representou a presença do Patrono da Força Terrestre. Na sequencia, as bandeiras do Brasil, do Exército, da AMAN, históricas e de nações amigas foram recepcionadas. Essas últimas, das nacionalidades dos sete alunos que também concluíram o curso: um da Guiana, um do Paraguai, dois do Senegal, um de Timor Leste e dois do Vietnã.

Ao saudarem os formandos, o Comandante da AMAN destacou que alcançar o aspirantado é o prêmio pelo que foi cultivado nos quatro anos passados ali. Lembrou que se uniam à celebração os sete alunos de nações amigas. Ressaltou, ainda, a emoção do momento que tornou o dia inesquecível: a consagração de uma turma formada com a participação de 23 pioneiras. “Essas mulheres precursoras, que superaram, com brilhantismo, as necessárias exigências da formação militar bélica, tornam-se referência da força da mulher”, elogiou.

O General destacou que os aspirantes assumiam o compromisso pessoal com o destino da Força e com o Brasil. “Ao cruzar o Portão Monumental, vocês rumam para o mais sublime dos desafios: experimentar, em todo o seu peso, a apaixonante responsabilidade de liderar jovens como vocês no terreno real da vida”, disse. Reforçou que eles estão prontos para essa e outras missões devido à sólida formação que receberam nos anos de Academia.

As mais altas autoridades presentes entregaram as espadas e as medalhas Marechal Hermes aos aspirantes que mais se destacaram durante o curso. Madrinhas, padrinhos, amigos e familiares espalharam-se pelo pátio para entregar as espadas aos seus afilhados. A arma, símbolo do aspirantado, é uma réplica da exposta na solenidade e empunhada por Duque de Caxias. Representa, ainda, o rito de passagem da vida de cadete para a de oficial. Os formandos estão distribuídos entre as Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Intendência, Comunicações e Material Bélico.

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Ao fim da cerimônia, o Presidente da República dirigiu-se aos aspirantes lembrando-se dos anos que passou pelos bancos da Academia. Ele afirmou que cabe aos formandos a defesa pela democracia e a liberdade sempre “com respeito à Constituição”.

Ao lado do Presidente, prestigiaram, ainda, o evento, o Vice-Presidente, Hamilton Mourão; Ministros de Estado; o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos; o Comandante do Exército, General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército Laerte de Souza Santos; além de demais autoridades civis e militares.

Turma Dona Rosa da Fonseca
A alagoana que empresta o nome à turma recém-formada, Rosa Maria Paulina da Fonseca, (1802 a 1873), é patrona da Família Militar. Casou-se com o militar do Exército Manuel Mendes da Fonseca e tiveram 10 filhos, sendo que sete, dos oito homens, seguiram a carreira militar. Entre eles, o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, Proclamador da República e primeiro Presidente do Brasil.

Fotos: Clauber Cleber Caetano/PR

Marcelo Barros, com informações do Ministério da Defesa
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).