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O Nordeste brasileiro tem localização estratégica e grande potencial para impulsionar a economia do mar. No entanto, ainda há desafios para consolidar a região como um polo de inovação e desenvolvimento marítimo. Durante o 1º Fórum de Economia do Mar de Alagoas, Gabriel Calzavara, presidente do SINDIPESCA-RN, defendeu a criação de um hub marítimo para tornar o Brasil referência na exploração sustentável dos recursos oceânicos.
O Nordeste como polo estratégico da economia do mar
O Brasil possui uma das maiores zonas costeiras do mundo, e o Nordeste se destaca nesse cenário devido à sua posição geográfica privilegiada. Com proximidade tanto da Europa quanto da África e servindo de ligação entre o Atlântico Norte e o Atlântico Sul, a região tem o potencial de se tornar um importante centro de operações marítimas.
A proposta de Gabriel Calzavara para a criação de um hub marítimo no Nordeste visa transformar a região em uma base de suporte para embarcações e operações logísticas, conectando os países do Atlântico Sul e fortalecendo o comércio marítimo. Esse modelo já é adotado em diversas nações, como Cingapura e os Países Baixos, que utilizam seus portos como centros de integração econômica e tecnológica.
Além dos aspectos logísticos, a iniciativa pode atrair investimentos para infraestrutura portuária, estimular a pesca sustentável e fomentar setores estratégicos, como a construção naval e a geração de energias renováveis, tornando a região um polo de desenvolvimento da economia azul.
Economia azul e inovação tecnológica
A economia do mar — também conhecida como economia azul — envolve atividades que vão desde a pesca e o turismo até a exploração de recursos energéticos e biotecnologia marinha. De acordo com especialistas, o Brasil ainda precisa avançar significativamente para explorar esse potencial de forma sustentável.
Um dos principais desafios apontados por Calzavara é a necessidade de inovação tecnológica. Atualmente, 98,7% das empresas do Nordeste são micro e pequenas, o que exige políticas públicas e incentivos para que esses empreendimentos possam se adaptar às novas exigências do mercado marítimo global. A modernização dos processos de pesca, a implementação de novas tecnologias de rastreamento e segurança, além da digitalização de operações portuárias, são algumas das medidas que podem impulsionar a competitividade do setor.
Nesse sentido, a articulação entre empresas, universidades e o governo é fundamental. Clusters de inovação voltados para o setor marítimo podem facilitar essa integração, promovendo pesquisas aplicadas, treinamentos e novas soluções para o desenvolvimento da economia azul no Brasil.
O Brasil e seu protagonismo no Atlântico Sul
Com um litoral de mais de 7 mil quilômetros e a maior ZEE do Atlântico Sul, o Brasil tem um papel estratégico na economia marítima global. Para Gabriel Calzavara, o país precisa assumir um protagonismo maior nessa área, ampliando sua presença nas discussões internacionais e fortalecendo sua posição como líder regional.
A Marinha do Brasil tem desempenhado um papel fundamental nesse cenário, ao longo das décadas, mantendo a visão do mar como um elemento essencial para a segurança nacional e o desenvolvimento econômico. No entanto, o presidente do SINDIPESCA-RN destaca que outros setores da sociedade agora também reconhecem essa importância, ampliando o debate e fomentando novas iniciativas.
Além das oportunidades econômicas, o fortalecimento da economia azul no Brasil também representa um avanço na preservação ambiental e na cooperação internacional. A chamada “Amazônia Azul” — conceito que destaca a riqueza dos recursos marítimos brasileiros — precisa ser explorada com responsabilidade, garantindo a sustentabilidade dos ecossistemas e a segurança alimentar da população.
A proposta de um hub marítimo no Nordeste se insere nesse contexto, como um passo estratégico para consolidar o Brasil como uma potência na economia do mar, promovendo inovação, desenvolvimento e integração regional no Atlântico Sul.
Um Novo Horizonte para Alagoas
O I Fórum de Economia do Mar consolidou-se como um marco para o estado, evidenciando o potencial econômico dos recursos marítimos e incentivando investimentos estratégicos para crescimento sustentável e geração de empregos. Com a liderança da FIEA e o apoio da Marinha do Brasil, Alagoas se posiciona para transformar seu litoral em um pólo de inovação e desenvolvimento, garantindo benefícios diretos para a população e para o meio ambiente.
No entanto, para que essas discussões não fiquem apenas no discurso, é fundamental que eventos desse porte resultem em deliberações concretas, metas e prazos bem definidos. O mar pode ser a grande alavanca econômica de Alagoas, mas sem planejamento e ações efetivas, o risco é que essa oportunidade se dissolva como espuma na areia. Que os debates sirvam de impulso para iniciativas reais, e que a economia do mar não seja apenas um tema de evento, mas sim um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do estado.
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