Por que médicos escolhem a carreira militar na Marinha

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Entre seringais, rios e comunidades isoladas, médicos como a Primeiro-Tenente Daniele Costa e o Primeiro-Tenente Luiz Crispim encontraram na Marinha do Brasil um caminho para exercer a Medicina com propósito e aventura. A bordo dos Navios da Esperança, eles levam saúde a quem mais precisa, em lugares onde o atendimento médico muitas vezes só chega pelo rio.

Atuação médica em regiões remotas

A bordo de embarcações como o Navio de Assistência Hospitalar “Soares de Meirelles” ou o “Doutor Montenegro”, os médicos da Marinha enfrentam desafios logísticos e técnicos únicos. O acesso é limitado, os recursos são planejados com rigor, e a rotina exige adaptação constante. Mas é justamente esse cenário que revela a grandeza da missão: levar atendimento médico de qualidade onde ele nunca chega.

Essas missões exigem versatilidade. O médico militar atua em consultas ambulatoriais, realiza procedimentos de urgência, apoia partos, como relatado pela Tenente Daniele entre os Yanomamis, e ainda participa da organização da missão junto à tripulação. Além disso, há oportunidades de especialização e cursos militares, o que fortalece a capacidade técnica dos profissionais.

Com essa atuação, a Marinha promove saúde como expressão de soberania nacional, alcançando áreas estratégicas do território brasileiro, como a Amazônia e o Pantanal, onde o Estado muitas vezes se faz presente apenas por meio dessas missões.

Impacto humano e social da carreira

As histórias vividas pelos médicos militares têm forte carga emocional. Segundo o Tenente Luiz Crispim, em comunidades ribeirinhas do Acre, a população aguarda com ansiedade a chegada dos navios. As famílias vestem suas melhores roupas, recebem os médicos com carinho e retribuem com gratidão um gesto que vai além do atendimento: é o reconhecimento da dignidade humana.

Essa dimensão social é um dos pilares da carreira. A Tenente Daniele destaca que, ao contrário do médico civil, que atende pacientes e segue para outra consulta, o médico militar compartilha o cotidiano, conhece os territórios e participa da construção de vínculos com as comunidades. Isso reforça o sentimento de missão e serviço à Pátria.

Além do cuidado direto, há também o impacto educacional, com palestras, ações preventivas e orientação sanitária nas comunidades. A presença da Marinha leva esperança, mas também leva conhecimento — e, com ele, a possibilidade de transformação social.

Ingresso na Marinha e plano de carreira

A Marinha do Brasil abriu, em março, o edital para o Quadro de Médico do Corpo de Saúde da Marinha (CSM), com 75 vagas em diversas especialidades, como pediatria, ginecologia, psiquiatria, anestesiologia, cirurgia e ortopedia, entre outras. As inscrições vão de 30 de abril a 14 de maio de 2025 e o processo inclui prova objetiva, redação, testes físicos e avaliação psicológica.

Durante o curso de formação, o salário bruto inicial é de R$ 9.070,60, e os aprovados ingressam com o posto de Guarda-Marinha, podendo ascender até o posto de Oficial-General, passando por etapas como Primeiro-Tenente, Capitão-Tenente e Capitão de Fragata. Além disso, médicos podem atuar em unidades operativas, hospitais navais, missões humanitárias e atividades de pesquisa.

Há ainda a possibilidade de ingresso como Oficial Médico Temporário, por meio do Serviço Militar Voluntário, com editais regionais publicados pelos Distritos Navais. Essa modalidade permite uma experiência militar por tempo determinado, mas com a mesma relevância operacional.

Mais do que uma carreira, a Marinha oferece uma vocação ampliada, onde servir é também cuidar, proteger e transformar. É por isso que cada vez mais médicos escolhem vestir o branco com azul.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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