Imagem: Pikist

Por Rafael Arbulu

Pilotos da Força Aérea chinesa estão participando de um experimento onde treinam em simulações de combate de aviões de caça contra um modelo de inteligência artificial (IA) avançado – e segundo a imprensa estatal do país, os humanos estão perdendo.

Segundo os especialistas por trás do programa de IA, as habilidades do modelo criado se comparam às do Esquadrão “Golden Helmet” (“Capacete de Ouro”, na tradução literal) – um dos mais poderosos da China e comparáveis, por exemplo, aos Blue Angels ou aos Thunderbirds dos Estados Unidos.

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Não foram divulgadas imagens ou vídeos das simulações, mas segundo o Business Insider, mesmo os oficiais mais experientes estão passando por dificuldades ao enfrentar o sistema computadorizado: “Fang Guoyu, um líder de equipe de voo do Exército de Libertação Popular da China e um piloto reconhecido por suas habilidades, foi ‘derrubado’ por um adversário de IA durante uma simulação aérea”, diz trecho do texto.

“Ele disse que, no começo da sessão de treinamento, era fácil derrotar seu oponente computadorizado. Mas a cada rodada, a IA parecia aprender os maneirismos de seu oponente humano. Após uma batalha onde Fang venceu com um pouco mais de esforço, a Ia voltou e usou das mesmas táticas contra ele, derrotando-o”, diz outro trecho.

“É como se fosse um piloto digital do ‘Golden Helmet’ que é muito bom em aprender, assimilar, revisar e pesquisar”, disse Fang à mídia chinesa. “O movimento com o qual você o derrotou hoje estará nas ‘mãos’ dele amanhã”.

Especialistas das forças militares norte-americanas foram consultados, ressaltando que, por mais avançado que seja, ainda não se pode afirmar que o modelo de IA da China é eficaz na preparação de pilotos para situações realistas de combate. “Se ele [o modelo] consegue fazer isso, então ele é muito bom”, disse ao Business Insider o ex-comandante aposentado das Forças Armadas dos Estados Unidos, Guy Snodgrass, que dá aulas em um curso para pilotos do exército e é especialista em pesquisas com inteligência artificial.

“Se ele não consegue fazer isso”, ele continuou, “então você está apenas treinando um humano para lutar contra um computador. Pode haver divergências entre a real capacidade em uma luta aérea contra um outro piloto ou contra o que a IA apresenta”.

A China não ofereceu maiores especificações sobre o modelo de treino, mas ressaltou que ele foi criado com participação de institutos internacionais de pesquisa.

Fonte: Olhar Digital