Petrobras deve abrir mão do RJ e priorizar construção de plataformas na Ásia

Estaleiro em Angra dos Reis - Foto: Reprodução
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Em meio à crise econômica que assola o Rio de Janeiro, fazendo com que o estado permaneça no Regime de Recuperação Fiscal, e à amplitude no número de desempregados, a Petrobras iniciou recentemente a licitação de duas grandes plataformas para Búzios, na Região dos Lagos. No entanto, a tendência é que ambas sejam construídas na Ásia, e não no Brasil. Vale ressaltar que, por aqui, isso geraria cerca de 8 mil empregos diretos e 80 mil indiretos. As informações são do site ”Agenda do Poder”.

”Tive uma conversa com o presidente da Petrobras [Roberto Castello Branco]. Ele foi claro: ‘Vou comprar onde tiver de comprar com preço mais baixo”’, diz Sérgio Bacci, vice-presidente do Sindicato da Indústria Naval.

No RJ, 2 estaleiros estariam aptos a construir as duas plataformas: o Isibras, na própria capital fluminense, e o Keepfells, em Angra dos Reis, no Sul do estado. Ambos teriam espaço e capacidade técnica para obras dessa magnitude. Porém, a tendência é que nenhum deles seja escolhido.

Antes de sucesso, a indústria naval do RJ sobrevive atualmente de reparos, sem grandes encomendas. Em 2014, por exemplo, eram cerca de 30 mil trabalhadores, com 120 mil empregos indiretos no estado. Hoje, são apenas 9 mil. No Brasil, a diminuição da quantidade de postos de trabalho no setor foi significativa: de 82 mil para 30 mil.

O Brasil tem dificuldades em produzir de maneira similar à Ásia, financeiramente falando, devido à indústria naval nacional funcionar esporadicamente, digamos assim, sem conseguir ter uma regularidade nas encomendas, o que diminuiria os custos de produção.

Ainda segundo Sérgio Bacci, o liberalismo imposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, neutralizou qualquer tipo de obstrução ao desmonte do setor, estratégico para o país, já que o Brasil é dono de um amplo volume de reservas pré-sal. Nem mesmo a Federação das Indústrias do Estado do RJ (Firjan) ou a bancada fluminense no Congresso Nacional conseguem se mobilizar em torno de uma virada de chave nessa questão.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).