PMA/Oluwaseun Oluwamuyiwa - Funcionário do PMA em asssentamento para deslocados na Nigéria

Os níveis de fome e deslocamento já estavam em níveis recordes antes da pandemia de Covid-19, mas agora podem aumentar drasticamente com cada vez mais pessoas buscando emprego para sustento de suas famílias.

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A conclusão é de um relatório conjunto da Organização Internacional para Migrações, OIM, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA.

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Mulheres e crianças deslocadas em Cabo Delgado, ONU Moçambique/Helvisney Cardoso
Impacto 

A pesquisa mostra como a pandemia aumentou a insegurança alimentar e a vulnerabilidade entre migrantes, famílias dependentes de remessas e comunidades forçadas a deixar suas casas por conflitos, violência e desastres.

As agências alertam que o custo socioeconômico da pandemia pode ser arrasador. O PMA e a OIM pedem mais apoio para a resposta humanitária e a garantia de que os mais vulneráveis não serão esquecidos.

O relatório menciona a crise em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, dizendo que conflitos crescentes sugerem que o número de deslocados internos deve aumentar.

Também realça a turbulência política e econômica na Venezuela, que já causou o deslocamento de mais de 5,4 milhões de pessoas, com a maioria se abrigando em países vizinhos, como Brasil e Colômbia.

Apelos

Em comunicado, o diretor executivo do PMA, David Beasley, disse que “o impacto socioeconômico da pandemia é mais arrasador do que a própria doença.”

Segundo ele, “muitas pessoas em países de rendas baixa e média, que há alguns meses mesmo sendo pobres sobreviviam”, agora tiveram seus meios de sobrevivência destruídos.

As remessas de trabalhadores no exterior também caíram fazendo disparar as taxas de fome no mundo.

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Família em acampamento de deslocados internos no Iêmen., YPN/Ocha
Já o diretor-geral da OIM, António Vitorino, contou que “o impacto da crise sobre a saúde e a mobilidade humana ameaça reverter os compromissos globais, inclusive o Pacto Global sobre Migração, e prejudicar os esforços para apoiar aqueles que precisam de assistência.”

Deslocamento

A influência da pandemia sobre a segurança alimentar não tem precedentes.

Medidas implementadas em mais de 220 países e territórios limitaram a mobilidade humana e as oportunidades de trabalho, prejudicando a capacidade dos migrantes e deslocados de pagar por alimentos e outras necessidades básicas.

A insegurança alimentar e o deslocamento estão intimamente ligados. A fome é um fator crítico que impulsiona as pessoas a se mudarem. Nove em cada 10 das piores crises alimentares do mundo ocorrem em países com o maior número de pessoas deslocadas internamente.

Os 164 milhões de trabalhadores migrantes do mundo, especialmente aqueles que trabalham no setor informal, são alguns dos mais atingidos pela pandemia.

Baixos salários

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Perda em serviços de remessas é arrasadora para as famílias dos migrantes., by ONU
Muitas vezes, estas pessoas trabalham de forma temporária ou sazonal, por baixos salários e sem acesso a sistemas de proteção social. Durante crises econômicas, costumam ser as primeiras a perder seus empregos.

Ao mesmo tempo, as interrupções no trabalho agrícola podem ter ramificações na produção, processamento e distribuição de alimentos, o que pode afetar a disponibilidade e acessibilidade dos alimentos em nível local e regional.

Sem uma renda sustentável, muitos migrantes serão pressionados a voltar para casa e causarão, pelo menos, uma queda temporária nas remessas, que fornecem uma tábua de salvação essencial para cerca de 800 milhões de pessoas no mundo.

Remessas

O Banco Mundial espera uma queda de 14% nas remessas para países de renda baixa e média até 2021. O PMA projeta que pelo menos 33 milhões de pessoas poderiam ser levadas à fome devido à queda esperada nas remessas.

As duas agências apelam à comunidade internacional para garantir que todos os esforços sejam feitos para limitar o impacto imediato sobre os mais vulneráveis, garantindo investimentos de longo prazo que garantam um caminho para a recuperação.

Fonte: ONU News

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).