Radioamadorismo em situações de emergência: Casos reais de uso no Brasil e no Mundo”

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Em pleno século XXI, durante as enchentes históricas no Rio Grande do Sul, a única voz que atravessava o silêncio era a dos rádios. Enquanto os celulares descarregavam e a infraestrutura da internet colapsava, radioamadores guiavam resgates e salvavam vidas com equipamentos simples, mas indispensáveis. Essa é a força do radioamadorismo em desastres — uma tecnologia clássica que continua insubstituível.
Infraestrutura Técnica: Como o Radioamadorismo supera as falhas dos Sistemas Convencionais

Quando os sistemas modernos entram em colapso, a autonomia dos rádios amadores se destaca. Eles operam em frequências específicas, autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no Brasil, que não dependem de operadoras ou estruturas de internet.
Equipamentos portáteis, antenas improvisadas e baterias alternativas garantem que as transmissões ocorram mesmo sem energia elétrica. Diferentemente da telefonia celular, que exige torres e centrais de dados, o rádio só precisa de dois pontos em sintonia. Essa infraestrutura descentralizada é a chave da sua resiliência.
Além disso, o uso de modos digitais, como FT8 e JS8Call, permite enviar mensagens de texto com baixa potência, ampliando o alcance e a eficiência mesmo em cenários extremos. Redes como APRS (Automatic Packet Reporting System) permitem compartilhar dados de localização, ajudando no gerenciamento de equipes de resgate.
Impacto Social: Histórias reais de vidas salvas graças ao Radioamadorismo
Durante o apagão no Amapá em 2020, moradores de comunidades isoladas só conseguiram manter contato com as autoridades por meio de rádios PX e PY. Radioamadores voluntários montaram redes de emergência improvisadas, transmitindo mensagens de pedido de ajuda, orientações e notícias.
Em Brumadinho, 2019, a barragem se rompeu e destruiu não só estruturas físicas, mas também a comunicação local. Os primeiros relatos de sobreviventes e as coordenações iniciais de busca vieram dos rádios, operados por civis e militares treinados. Esses relatos mostram como o radioamadorismo mantém viva uma tradição de ajuda humanitária e resiliência comunitária.
Diversos grupos de radioamadores, organizados em associações como a LABRE (Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão), são reconhecidos por sua atuação voluntária em emergências, tanto no Brasil quanto internacionalmente, reforçando o valor social dessa prática.
Preparação Cidadã: Como incluir o Radioamadorismo no seu Plano de Emergência
Montar sua própria estação de rádio amador pode parecer complexo, mas é um investimento estratégico em autonomia comunicacional. O primeiro passo é estudar para obter a licença da Anatel, que garante o direito de operar legalmente.
Equipamentos básicos incluem um transmissor-receptor (HT ou base), antenas adequadas e fontes de energia alternativas, como baterias solares ou geradores. Participar de grupos locais permite trocar experiências, participar de treinamentos e integrar redes de resposta.
Além disso, integrar o radioamadorismo ao seu plano de comunicação familiar significa estabelecer protocolos claros: quem será o ponto de contato, quais frequências utilizar, e quais mensagens padronizadas enviar em caso de emergência. Essa preparação não apenas fortalece sua rede pessoal, mas contribui para a resiliência da comunidade.
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