Marinha do Brasil lidera exercício GUINEX V com 17 países no litoral africano

O Atlântico Sul volta a ser palco de integração e segurança: a Marinha do Brasil iniciou sua liderança no exercício GUINEX V, com a Fragata “Defensora” navegando rumo ao Senegal. A missão envolve 17 nações parceiras e tem como foco o combate à pirataria, crimes transnacionais e o reforço das capacidades navais africanas, consolidando a atuação estratégica brasileira no continente.

Atuação da Fragata “Defensora” e os treinamentos coordenados no GUINEX V

Após participar da “Obangame Express 2025”, a Fragata “Defensora” assumiu papel de comando no exercício GUINEX V, liderado pela Marinha do Brasil desde 2021. Até o dia 14 de julho, o navio brasileiro conduzirá uma série de atividades combinadas com marinhas do continente africano e de países como França, Estados Unidos, Inglaterra, Espanha e Itália.

Durante a missão, serão realizados exercícios táticos, patrulhas navais, inspeções de embarcações, revistas de compartimentos e treinamentos em técnicas de abordagem, algemação e controle de avarias. Oficiais e tripulantes também participarão de workshops bilaterais e multilaterais, tratando de temas como comunicações navais, prevenção da poluição marinha e aperfeiçoamento da interoperabilidade. A missão da “Defensora” é garantir a presença operacional brasileira em uma região vital para o comércio internacional e para a estabilidade do Atlântico.

Cooperação internacional e fortalecimento da segurança no Golfo da Guiné

O Golfo da Guiné, localizado na costa ocidental africana, é uma das áreas com maior incidência de pirataria e crimes marítimos do mundo. A GUINEX V representa uma oportunidade de promover confiança mútua, compartilhamento de doutrinas e treinamento conjunto com forças locais, ajudando a elevar os padrões de segurança da região.

A operação também visa o desenvolvimento de capacidades locais, promovendo o fortalecimento das guardas costeiras africanas e a integração com marinhas mais experientes. O Contra-Almirante Antonio Braz de Souza, comandante da 1ª Divisão da Esquadra, destacou que “a GUINEX não é apenas um exercício: é um símbolo de cooperação internacional e de apoio mútuo entre nações com interesses comuns no Atlântico”.

Relevância geopolítica da operação para o Brasil e o Atlântico Sul

A presença da Marinha do Brasil no Golfo da Guiné está diretamente alinhada aos interesses estratégicos do país. A região, que abriga grandes rotas comerciais, reservas de petróleo e recursos pesqueiros, é considerada parte do chamado entorno estratégico brasileiro. Países como Nigéria, Gana e Costa do Marfim têm relações históricas e econômicas com o Brasil, que busca, por meio de missões como a GUINEX, consolidar sua projeção diplomática e militar.

A GUINEX V também reafirma o compromisso brasileiro com os princípios da ZOPACAS (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul), promovendo a paz, o desenvolvimento sustentável e a segurança no oceano que conecta a América do Sul à África. Ao liderar essa missão, o Brasil se posiciona como ator regional de referência e como parceiro confiável para ações conjuntas em defesa da estabilidade marítima global.