Forte São Francisco Xavier de Tabatinga ressurge com a seca no Alto Solimões

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A severa seca que atinge o Alto Solimões este ano trouxe à tona um pedaço significativo da história brasileira. Com o recuo das águas, as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga, construído no século XVIII para proteger as fronteiras do Brasil contra invasões espanholas, emergiram novamente, oferecendo uma rara visão de um dos marcos da defesa colonial portuguesa no Amazonas.

Construção e Importância Estratégica no Século XVIII

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Forte São Francisco Xavier de Tabatinga — Foto: Reprodução

O Forte São Francisco Xavier de Tabatinga, situado na margem esquerda do Rio Solimões, foi erguido em 1766 sob a liderança do Sargento-mor Domingos Franco. Inicialmente construído em taipa e coberto de palha, o forte foi reconstruído em alvenaria entre 1872 e 1874, tornando-se uma fortaleza crucial para a defesa do território amazônico. A localização estratégica do forte, próxima às fronteiras do Brasil, Peru e Colômbia, fazia dele um ponto vital para o controle da região. Sua construção atendeu à necessidade de Portugal em consolidar sua presença na Amazônia durante um período de intensas disputas territoriais com a Espanha.

O Papel do Forte nas Disputas Territoriais entre Portugal e Espanha

O Forte São Francisco Xavier foi um dos principais bastiões na defesa do território brasileiro durante as tensões entre Portugal e Espanha no século XVIII. Este período foi marcado por importantes tratados, como o Tratado de Madri, assinado em 1750, que confirmou a soberania portuguesa sobre a região, e o Tratado de Santo Ildefonso, de 1777, no qual a Espanha tentou recuperar o controle das terras que hoje fazem parte do Alto Solimões. A presença do forte simbolizava a resistência portuguesa e foi fundamental para manter a integridade territorial do Brasil, assegurando o domínio luso sobre a Amazônia.

Eventos Históricos Significativos Associados ao Forte

O Forte São Francisco Xavier de Tabatinga testemunhou vários eventos históricos que moldaram as fronteiras brasileiras. A sua construção e subsequente fortalecimento refletiam a importância estratégica da Amazônia para Portugal. Mesmo após a submersão pelas águas do Rio Solimões em 1932, o forte continua a ser um símbolo de resistência. Suas ruínas, agora visíveis devido à seca severa, evocam a memória de um tempo em que o controle territorial era garantido pela força e pela presença militar. A redescoberta dessas ruínas oferece uma conexão tangível com o passado e relembra a luta pela preservação do território brasileiro.

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