FenaPRF repudia documento da PRF que desvaloriza experiência dos veteranos

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Uma circular interna da Polícia Rodoviária Federal (PRF) provocou forte reação entre os servidores da ativa e veteranos da instituição. O documento, intitulado “Plano de Ação – Recepção dos novos PRFs”, recomenda que policiais em processo de movimentação para outras unidades “não mantenham contato prolongado com os novos PRFs”, sob a justificativa de evitar a transferência de “práticas desalinhadas com o novo modelo institucional”. Em resposta, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) emitiu uma nota de repúdio, classificando a medida como desrespeitosa e discriminatória.
O conteúdo da circular: diretrizes, justificativas e implicações institucionais
A circular, divulgada no sistema interno da PRF, faz parte do processo administrativo número 08650.154011/2025-22, intitulado “Plano de Ação – Recepção dos novos PRFs”. No item 5 do documento, a orientação é clara: os policiais que estão em processo de movimentação para outras unidades “não deverão manter contato prolongado com os novos PRFs”.
O argumento apresentado pela Direção-Geral é o de evitar a “transferência de práticas desalinhadas com o novo modelo institucional”, buscando garantir que os novos servidores recebam apenas “referências atualizadas e integradas com a cultura organizacional vigente”.
Para especialistas em segurança pública e gestão de pessoas, a medida levanta preocupações. Restringir o contato entre gerações de policiais pode comprometer a transmissão de conhecimentos operacionais, afetando a formação técnica e prática dos novos agentes. Além disso, a decisão abre margem para interpretações sobre um suposto descompasso entre a gestão atual e o legado institucional.
A reação dos veteranos e da FenaPRF: memória institucional e dignidade funcional
A resposta da FenaPRF veio rápida e contundente. Em nota oficial, a entidade representativa de mais de 17 mil servidores ativos e aposentados classificou a redação da circular como “desrespeitosa, discriminatória e injustificável”.
A federação ressaltou que a história da PRF foi construída com base no esforço e no comprometimento de policiais com décadas de dedicação à instituição. Servidores com 20, 30 anos ou mais de serviço agora veem sua contribuição sendo questionada de forma pública.
Nas redes sociais, o tom também foi de indignação. Mensagens como “Desonrar o passado é comprometer o futuro” e depoimentos emocionados de veteranos reforçaram o clamor por uma retratação formal da Direção-Geral.
A FenaPRF argumenta que o contato intergeracional é fundamental para a formação de novos policiais, pois garante a preservação da memória institucional, a transmissão de valores éticos e o reconhecimento da experiência prática acumulada ao longo de anos de serviço.
O risco de ruptura na coesão institucional da PRF: desafios para a gestão de pessoas
A crise desencadeada pela circular expõe um risco maior: o de uma possível ruptura na coesão institucional da PRF. O distanciamento forçado entre veteranos e novos policiais pode gerar clima de desconfiança, redução do espírito de corpo e fragilidade na integração de novas gerações.
Especialistas em gestão de segurança pública alertam que, ao invés de criar barreiras, o ideal seria investir em programas de mentoria, valorização da experiência acumulada e diálogo intergeracional como formas de consolidar a cultura organizacional.
O episódio também acende o debate sobre o modelo de gestão adotado atualmente na PRF e os desafios enfrentados para manter um ambiente de trabalho coeso, motivador e respeitoso para todos os seus integrantes.
A FenaPRF finalizou sua nota reforçando o pedido de revisão urgente da orientação contida no documento, além de uma retratação oficial e a valorização pública do legado dos policiais veteranos que ajudaram a construir a imagem de excelência da Polícia Rodoviária Federal.
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