Operações Multidomínio exigem nova doutrina logística

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O avanço tecnológico e as novas ameaças assimétricas estão forçando as Forças Armadas a repensarem sua atuação. No centro dessa mudança está a logística militar, que precisa ser mais ágil, integrada e capaz de operar em múltiplos domínios simultaneamente. É o que defende o Tenente-Coronel Jonathas Jardim em estudo recente, destacando o papel das capacidades logísticas emergentes na adaptação do Exército Brasileiro ao contexto das operações multidomínio.
Modernização logística e tecnologias emergentes
No ambiente operacional moderno, a logística transcende sua função tradicional. O estudo aponta que o Exército Brasileiro precisa investir em sistemas C4ISR, inteligência artificial, big data e impressão 3D para garantir a prontidão em tempo real. A Base de Comando e Mobilização Logística do Sudeste (BCMS), localizada em São Paulo, é citada como referência no uso de impressão 3D para produção sob demanda de componentes, reduzindo gargalos logísticos e aumentando a autonomia tática.
Além disso, a integração com sensores remotos e plataformas automatizadas permite o rastreio contínuo de materiais e tropas, facilitando o planejamento e a execução logística em múltiplos cenários simultaneamente — de áreas urbanas a fronteiras remotas. Essa revolução tecnológica é condição essencial para a interoperabilidade com forças aliadas em missões conjuntas e operações de paz.
Impactos humanos e operacionais nas novas exigências logísticas
A transformação da doutrina logística não se limita a sistemas e equipamentos. O estudo enfatiza a necessidade de capacitação continuada, com foco em cibersegurança, engenharia de dados, resiliência operacional e conhecimento dos diferentes teatros de operação. A logística multidomínio exige militares com formação híbrida, capazes de operar tanto em campo quanto em centros de comando digitalizados.
Nesse contexto, o fator humano é estratégico. O adestramento deve preparar o combatente para lidar com situações de intermitência informacional, ação em ambientes contaminados e apoio logístico a unidades altamente móveis. A valorização da educação continuada e do intercâmbio com instituições civis e internacionais se torna pilar da nova mentalidade logística.
O futuro da logística no Exército Brasileiro
As operações multidomínio colocam novos desafios à defesa nacional, exigindo flexibilidade e inovação na cadeia logística militar. A capacidade de operar simultaneamente em terra, ar, mar, espaço cibernético e espectro eletromagnético impõe a necessidade de uma logística adaptável, com comando descentralizado e suporte tecnológico robusto.
O estudo destaca que o Brasil precisa consolidar uma doutrina logística nacional, alinhada à Estratégia Nacional de Defesa, mas que também esteja pronta para interoperar com coalizões internacionais. Esse processo requer integração entre Força Terrestre, Marinha e Força Aérea, bem como parcerias com o setor privado e instituições científicas.
Ao reconhecer a logística como força de combate, o Exército Brasileiro amplia sua capacidade de resposta e se posiciona estrategicamente no cenário da segurança internacional do século XXI.
Acesse o artigo completo: https://ebrevistas.eb.mil.br/DMT/article/view/13415
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