Em 4 de setembro de 1925, o então Ministro da Marinha, Almirante Alexandrino Faria de Alencar instituiu o 13 de dezembro como o Dia do Marinheiro, homenageando o Almirante Joaquim Marques Lisboa – Marquês de Tamandaré – em sua data natalícia.
Patrono da Marinha, Tamandaré representa, na História Naval Brasileira, a figura de maior destaque dentre os ilustres oficiais de Marinha que honraram e elevaram a sua classe. Voluntário aos dezesseis anos de idade para formar e combater nas hostes que acorreram à obra ingente da Independência, a sua vida é considerada um dos maiores patrimônios da Armada Nacional.
Nascido a 13 de dezembro de 1807, na Vila de São Pedro do Rio Grande do Sul, à beira-mar, era o décimo dos treze filhos de Francisco Marques Lisboa e Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima Lisboa. Joaquim passara a infância entre a gente do mar, ouvindo narrativas de viagens, perigos e batalhas. Nas férias escolares e nas horas de folga, sempre que lhe era possível, lá estava ele a pescar, a sondar, a bordejar, horas a fio, nas pesadas embarcações dos “Serviços da Barra”, ajudando seu pai nas labutas diárias do balizamento dos canais navegáveis, facilitando a “praticagem dos navios conduzidos pela perícia náutica do Velho Patrão-mor, na entrada e saída de uma lagoa, exigindo manobras, quase sempre difíceis. (Cf. http://memoria.bn.br/DocReader/183660/8162)
Foi seu pai, Francisco Marques Lisboa, patrão-mor da barra do Rio Grande, que o ensinou a enfrentar o perigo e a gostar das coisas do mar. Assim, o garoto passou a infância envolvido com os estudos, as viagens e o convívio com marinheiros e pilotos.
Aos 16 anos, alistou-se como voluntário na Marinha do Brasil, iniciando a carreira como praticante de piloto. D. Pedro I havia decidido organizar nossa Marinha de Guerra para consolidar a Independência recém-proclamada e lançou então uma campanha patriótica de alistamento voluntário nos batalhões navais. A 4 de Março de 1823, conforme lhe foi ordenado apresentou-se Joaquim Marques Lisboa a bordo da fragata Niterói, tendo para comandante João Taylor, inglês radicado no Brasil.
A carreira de Joaquim Marques é repleta de lutas importantes. Foi ele quem comandou a esquadra brasileira na guerra contra Uribe e Rosas, saindo vencedor. Liderou também a esquadra brasileira nas batalhas da Guerra do Paraguai.
Ao atingir o posto de Almirante, foi-lhe concedido o título de Marquês de Tamandaré, por serviços prestados à pátria, na paz e na guerra. Antes de alcançar o status de marquês, foi nomeado como barão, visconde e conde de Tamandaré.
Foi sempre muito grande a amizade entre Tamandaré e D. Pedro II. No dia 15 de novembro, chegou a reunir-se com o imperador, por mais de uma hora, pedindo-lhe autorização para usar a Armada para debelar o golpe republicano. O monarca recusou a sugestão, para evitar derramamento de sangue. O Almirante permaneceu junto à família imperial, até seu embarque para o exílio, velando por sua proteção.
Tamandaré faleceu no Rio de Janeiro, então capital federal da República, em 20 de março de 1897, envelhecido nos inolvidáveis serviços prestados à pátria e venerado por todos os brasileiros. Ainda hoje, Joaquim Marques Lisboa personifica os ideais da Marinha brasileira, que ainda é uma das mais importantes do mundo, responsável pela guarda de uma das maiores faixas litorâneas do planeta e de um patrimônio histórico e cultural riquíssimo, contribuindo para a conservação de sua memória e para o desenvolvimento da consciência marítima brasileira.
Atuante também no campo da cultura, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM) se fez presente, no dia 21 de maio de 2019, no Seminário “21 anos da Divisão de Cartografia da Biblioteca Nacional: comemorando entre amigos”, apresentando as obras mais relevantes do acervo cartográfico da Marinha do Brasil (MB), sob tutela da Biblioteca da Marinha (BM), e seus projetos nesta área.
Fonte: BN