O Dia do Fico: marco da luta pela Independência do Brasil

D. Pedro I no Dia do Fico | Pintura de Jean-Baptiste Debret
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O Dia do Fico, celebrado em 9 de janeiro, é um dos momentos mais importantes da história do Brasil. Em 1822, o Príncipe Regente Dom Pedro, pressionado por manifestações populares e elites locais, desafiou as ordens das Cortes Portuguesas e decidiu permanecer no Brasil. Sua frase icônica, “Se é para o bem de todos, e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”, entrou para a história como o início do movimento pela independência.

O contexto histórico do Dia do Fico

A Revolução Liberal de 1820, ocorrida em Portugal, foi o estopim para uma série de mudanças que afetariam diretamente o Brasil. Um dos desdobramentos foi o retorno de Dom João VI a Lisboa em 1821, deixando o Príncipe Dom Pedro de Alcântara como Regente do Brasil. As Cortes Portuguesas, entretanto, decidiram por uma série de medidas que buscavam centralizar o poder em Lisboa, reduzindo a autonomia do Brasil conquistada com a elevação do território a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 1816.

Entre as decisões das Cortes estava o retorno de Dom Pedro a Portugal, o que gerou enorme insatisfação entre as elites brasileiras e a população. Temia-se que a dissolução do Reino Unido trouxesse perda de liberdade e retrocesso nos avanços conquistados sob o reinado de Dom João VI. O clima político, combinado com o clamor popular, criou as condições para que o Príncipe tomasse uma decisão histórica.

A decisão de Dom Pedro e sua importância

A permanência de Dom Pedro no Brasil não foi uma decisão isolada, mas resultado de um movimento que envolveu diferentes setores da sociedade. O apoio das elites regionais de São Paulo e Minas Gerais foi decisivo, assim como a atuação da Princesa Leopoldina, que incentivou o Príncipe a resistir às ordens das Cortes.

Além disso, a cidade do Rio de Janeiro organizou um abaixo-assinado com cerca de 8.000 assinaturas, demonstrando o forte desejo da população para que Dom Pedro permanecesse. O “fico” do Príncipe representou uma ruptura clara com o regime das Cortes Portuguesas, fortalecendo o sentimento nacionalista e preparando o caminho para a independência formal, que viria em setembro daquele mesmo ano.

O caminho para a Independência do Brasil

O Dia do Fico foi o início de um longo e complexo processo de ruptura com Portugal. Após sua decisão, Dom Pedro tomou medidas que consolidaram sua posição, como a convocação da Assembleia Constituinte e o reforço de alianças com lideranças regionais.

Entretanto, a separação não ocorreu sem resistência. O Brasil enfrentou a Guerra de Independência, com conflitos em regiões como Bahia, Maranhão e Pará, antes de obter o reconhecimento internacional de sua soberania. Esse reconhecimento foi formalizado com o Tratado do Rio de Janeiro, em 1825, encerrando as hostilidades e confirmando a independência brasileira.

Mais do que um marco político, o Dia do Fico simboliza o início da construção de uma nação soberana, baseada no desejo de liberdade e autonomia. O episódio continua sendo lembrado como um dos pilares da história brasileira, evidenciando a importância do engajamento popular e das lideranças políticas na construção do país.

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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