Novos Guerreiros de Selva reforçam a defesa da Amazônia

Manaus foi palco, no último dia 18 de junho, da tradicional cerimônia de brevetação do Curso de Operações na Selva, uma das formações mais rigorosas das Forças Armadas brasileiras. Ao todo, 71 militares conquistaram o direito de usar o tão almejado distintivo de “Guerreiro de Selva”. Entre os recém-brevetados, chamou atenção o desempenho exemplar de dois nomes: o Aspirante a Oficial Pedro Conegatto do Amaral, da Cavalaria, e o 3º Sargento Marcos Vinicius dos Santos Oliveira, da Infantaria.

A formação no Curso de Operações na Selva: desafios e metodologia

Realizado nas instalações do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), o Curso de Operações na Selva é considerado um dos mais exigentes do mundo. Dividido em várias fases, os militares enfrentam semanas de intensa preparação física, psicológica e técnica. O treinamento inclui deslocamentos em terreno hostil, técnicas de sobrevivência com recursos mínimos, navegação em mata fechada, patrulhas noturnas e ações de combate realistas.

O grande destaque da formação é o Teste Eficaz, prova de resistência que avalia a capacidade de liderança, iniciativa e adaptação dos alunos. Foi justamente nesse desafio que o Aspirante Amaral e o 3º Sargento Marcos Vinicius se sobressaíram, demonstrando preparo físico excepcional e um alto grau de comprometimento.

Os instrutores do CIGS reforçam que o curso vai além das capacidades técnicas: é uma verdadeira escola de liderança e tomada de decisão sob pressão extrema, simulando cenários de combate na selva amazônica.

A valorização dos Guerreiros de Selva nas unidades de origem

Concluir o Curso de Operações na Selva é um marco na carreira de qualquer militar. O brevê de Guerreiro de Selva não é apenas um distintivo, mas um símbolo de resistência, coragem e capacidade de comando. Ao retornarem para suas Organizações Militares (OMs) de origem, esses militares passam a ser referência em operações de ambiente de selva.

Nas palavras do General de Exército Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, Comandante Militar da Amazônia, o Guerreiro de Selva representa “liderança, iniciativa e capacidade de adaptação”. Essas qualidades são fundamentais para o desempenho das missões em regiões estratégicas, principalmente na Amazônia, onde a presença militar é vital para a segurança nacional.

Além do reconhecimento interno, o curso é um diferencial nas avaliações de carreira. Muitos dos brevetados são selecionados para missões especiais, operações de fronteira e até para compor contingentes em missões de paz da ONU.

O papel estratégico do Guerreiro de Selva na defesa da Amazônia

A formação de novos Guerreiros de Selva fortalece a capacidade operacional da Força Terrestre em um dos cenários mais desafiadores do mundo: a floresta amazônica. A região abriga milhares de quilômetros de fronteiras, muitas delas com acesso limitado, exigindo militares com domínio de técnicas de combate, sobrevivência e navegação em selva.

O curso também representa um componente importante na política de defesa brasileira. Em um contexto de crescente atenção internacional sobre a Amazônia, a presença de tropas altamente treinadas é um fator estratégico que reforça a soberania nacional.

Além disso, a integração de militares de outras Forças e até de nações amigas, como a Bolívia, demonstra o reconhecimento internacional da qualidade do treinamento oferecido pelo CIGS. Essa troca de experiências fortalece a interoperabilidade e promove o diálogo militar regional.

O Comandante do CIGS, Coronel Flávio Luiz Lopes dos Prazeres, destacou durante a solenidade que cada novo Guerreiro de Selva leva consigo a responsabilidade de difundir a doutrina de operações na selva em suas unidades, ampliando o alcance da capacitação em defesa da Amazônia brasileira.