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Silencioso, porém estratégico, o NHo Cruzeiro do Sul (H-38) navega em missões que aprofundam o conhecimento do Brasil sobre seus próprios mares. Adquirido pela Marinha do Brasil em 2007, o navio-hidroceanográfico cumpre papel central no apoio a pesquisas científicas e no monitoramento do ambiente marinho.
História e transformação do navio até sua incorporação à Marinha do Brasil
Construído na Noruega, no estaleiro Longvamek Verksted A/S, o navio foi lançado ao mar em 1986 como embarcação de pesca, com o nome A/S Havskjell Viking. Anos depois, passou por uma série de conversões, sendo adaptado como navio de pesquisa sísmica. Seu comprimento foi estendido de 59,7 para 65,7 metros, e ele recebeu diferentes nomes comerciais até ser adquirido, em 2007, pela Marinha do Brasil.
A aquisição foi viabilizada por meio de um convênio entre a Marinha e a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo era claro: oferecer à comunidade científica nacional uma plataforma oceânica robusta, capaz de conduzir pesquisas no contexto do Projeto Laboratório Nacional Embarcado (LNE).
Incorporado à Armada Brasileira em 28 de fevereiro de 2008, o NHo Cruzeiro do Sul passou a ser operado pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), integrando o Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo) com supervisão técnico-científica do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).
Missão científica e integração ao Plano Setorial para os Recursos do Mar
O Cruzeiro do Sul é voltado à realização de pesquisas hidroceanográficas e atua como importante instrumento dentro do Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM), sob a coordenação da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM). Trata-se de um navio desarmado, com vocação científica, cuja missão é apoiar o desenvolvimento sustentável, a soberania e a segurança dos espaços marítimos sob jurisdição brasileira.
A embarcação está equipada com radares, DGPS, ecobatímetros, sistemas meteorológicos e sensores de navegação, além de uma lancha de apoio e um guindaste de seis toneladas para operações com equipamentos científicos no mar. Seu convés de 300 m² permite múltiplas atividades, incluindo coleta de dados oceanográficos, sondagens, lançamento de boias e monitoramento climático.
Por meio dessas capacidades, o navio contribui diretamente para projetos de mapeamento do fundo marinho, modelagem de correntes, estudo de biodiversidade e vigilância ambiental, elementos fundamentais para a formulação de políticas públicas e a defesa da Amazônia Azul.
Modernização e perspectivas para a nova fase do NHo Cruzeiro do Sul
Atualmente, o NHo Cruzeiro do Sul passa por um processo de modernização, que inclui a atualização de sistemas de sensores, softwares de navegação e infraestrutura de apoio à pesquisa embarcada. O objetivo é garantir maior eficiência, segurança e capacidade operacional em missões de longo curso.
Essa modernização assegura a longevidade do navio e o mantém compatível com as crescentes demandas da ciência do mar, ampliando seu papel como ferramenta estratégica tanto para a comunidade científica nacional quanto para os interesses de Estado em áreas marítimas.
Com sua origem europeia e trajetória adaptada às necessidades brasileiras, o NHo Cruzeiro do Sul é hoje um símbolo da integração entre tecnologia naval e missão científica, servindo como pilar para a formação de especialistas e para o fortalecimento da soberania marítima do Brasil.
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