Navio Cruzeiro do Sul recebe pesquisadores da UFAL e promove a ciência

Oficial da marinha fala para grupo em sala.
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O oceano como sala de aula: assim foi a recepção da Marinha do Brasil aos pesquisadores e alunos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) a bordo do Navio Hidroceanográfico “Cruzeiro do Sul”, na manhã do dia 11 de maio. A iniciativa teve como objetivo apresentar a estrutura de coleta de dados e a contribuição do navio para a soberania científica e ambiental do país. A visita reforçou a importância da integração entre Defesa e Academia no fortalecimento da ciência nacional.

Tecnologia naval e pesquisa oceanográfica: como o Cruzeiro do Sul coleta dados estratégicos

Durante a visita, o Capitão de Fragata Nicolay, comandante do navio, apresentou os equipamentos hidroceanográficos de alta precisão utilizados na coleta de dados ambientais, como o CTD (Condutividade, Temperatura e Profundidade), o perfilador de corrente ADCP, o termo-salinógrafo e o sonar multifeixe, entre outros.

Esses sistemas permitem à Marinha monitorar a coluna d’água, as características físicas e químicas do mar, e as condições meteorológicas que impactam a navegação e as operações navais. Além de cumprir obrigações internacionais de previsão oceanográfica, os dados também são cruciais para o apoio à segurança marítima, exploração de recursos e pesquisas ambientais.

A tripulação explicou ainda o papel do navio em missões de apoio à esquadra, coleta para modelagem climática e até suporte à busca de submarinos, revelando um braço científico pouco conhecido, mas essencial da Marinha do Brasil.

Alunos da UFAL vivenciam a ciência e estreitam laços com a Defesa

Pessoas reunidas em sala com janelas e vista para o mar.

Para os alunos da UFAL, a experiência foi mais do que uma simples visita técnica — foi um mergulho na realidade operacional da ciência aplicada ao mar. A bordo do Cruzeiro do Sul, os estudantes tiveram contato direto com rotinas de pesquisa em alto-mar, aprendendo com militares e técnicos que lidam com dados sensíveis à soberania e desenvolvimento nacional.

O comandante destacou a importância do momento, ao afirmar que “quem sabe esta seja uma ponte para novas parcerias com Alagoas”, convidando os jovens a embarcarem futuras missões científicas. A recepção amigável e informativa demonstrou o interesse institucional da Marinha em formar conexões duradouras com universidades públicas.

O ambiente informal, mas disciplinado, permitiu conversas francas sobre carreira, pesquisa aplicada e desafios enfrentados em missões que duram meses longe do continente. A iniciativa acendeu nos jovens o sentimento de pertencimento a uma causa maior: o avanço do Brasil por meio do conhecimento.

Integração Marinha–Academia: ciência, soberania e formação de talentos

A visita dos estudantes da UFAL ao Navio Hidroceanográfico Cruzeiro do Sul representa mais do que uma atividade acadêmica — é uma ação estratégica que reforça o potencial da ciência brasileira integrada à Defesa Nacional. Em tempos de mudanças climáticas, desafios ambientais e pressões sobre as riquezas do mar, é fundamental unir universidades, centros de pesquisa e instituições militares.

O Cruzeiro do Sul é, por excelência, um símbolo dessa convergência: um navio equipado com alta tecnologia, operado por militares altamente treinados e aberto à colaboração científica. Ao convidar a UFAL para bordo, a Marinha sinaliza o reconhecimento da importância das universidades nordestinas na produção de conhecimento técnico e estratégico.

A iniciativa demonstra que investir em ciência é também investir em soberania. É formar pesquisadores que conhecem o oceano não apenas como objeto de estudo, mas como território vital para o futuro do Brasil.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).