Nanossatélite do ITA

Dois anos atrás, o nanossatélite ITASAT, produzido pelo Centro Espacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com suporte da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), subia ao espaço, a bordo do foguete Falcon 9, da Space X, lançado a partir da base da USAF de Vandenberg, na Califórnia (EUA).

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Lançamento do Nanossatélite do ITA

O lançamento, previsto inicialmente para o mês de novembro, teve que ser adiado por duas semanas devido aos fortes ventos que assolavam o centro de lançamento americano. O foguete subiu finalmente às 16h31 (horário de Brasília), do dia 3 de dezembro de 2018, levando em seu bojo o módulo SSO-A da Spaceflight, empresa aeroespacial americana, sediada em Herndon, Virgínia, um módulo dedicado para lançamento carona de diversos pequenos satélites. Nesse lançamento, foram lançados 64 satélites, sendo 15 microssatélites e 49 nanossatélites, sendo que apenas três possuíam a configuração 6U, composição de seis cubos com 10 centímetros de aresta, um deles o ITASAT. Três horas após o lançamento do Falcon 9, as estações de terra captaram os primeiros sinais do ITASAT. Coube ao radioamador Roland (PY4ZBZ), francês radicado no Brasil, em Sete Lagoas (MG), o mérito de capturar as primeiras telemetrias do ITASAT.

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Início da operação do Nanossatélite

Com o satélite funcionando, o ITA o manteve, por cerca de um mês, no modo de segurança para avaliar os dados sobre a saúde do satélite. Em janeiro de 2019, o ITA iniciou o comissionamento das cargas úteis (colocação das cargas úteis em operação), operação que se estendeu até março de 2019. Após então, o ITASAT manteve o seu padrão de operação.

Em 3 de dezembro de 2019, o satélite atingiu um ano de operação, portanto, concluindo a sua missão, pois sua vida útil foi projetada para a duração de um ano. Na quinta-feira, 3 de dezembro de 2020, o satélite completa dois anos de operação contínua, atingindo o dobro de sua vida útil prevista em projeto. Em comemoração ao fato, telemetrias do ITASAT foram capturadas por radioamadores dentro do território brasileiro. Em conjunto com as estações de solo do INPE em Natal (RN) e Santa Maria (RS), puderam atestar que o satélite continua em operação. Foram recebidos dados do ITASAT no Brasil, Argentina, Japão e Taiwan.

O Reitor do ITA, Professor Dr. Anderson Ribeiro Correia, comentou a conquista. “O ITASAT é o principal nanossatélite desenvolvido no ITA, com fins educacionais para auxiliar na formação de especialistas na área aeroespacial, abriu portas para novos projetos e parcerias com renomadas instituições nacionais e internacionais. É um grande sucesso”, destacou.

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O radioamador, Edson Pereira (PY2SDR), comentou sobre a ação. “Em nome dos Radioamadores Brasileiros, é com grande satisfação que a LABRE/AMSAT-BR parabeniza a equipe do CubeSat educacional ITASAT pela passagem do seu segundo aniversário. Projetos como o ITASAT não são só excelentes ferramentas no ensino de STEM (termo em inglês que se refere às disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática) para nossos futuros profissionais das áreas de ciência e tecnologia, mas são também motivo de orgulho por elevarem a imagem do Brasil no competitivo setor espacial mundial”, disse.

Já o Coordenador de Satélites e Aplicações da AEB, Dr. Rodrigo Leonardi, ressalta que foram muitos os desafios que tiveram que ser vencidos para poder comemorar. “A AEB sempre acreditou e apoiou o desenvolvimento desse projeto que agora serve de legado para futuras missões nacionais e que permitiu a qualificação em nosso País de vários jovens engenheiros. Os meus sinceros votos de parabéns para toda a equipe do ITASAT”, finalizou.

Fotos: CEI – ITA

Fonte: ITA, por Capitão Fábio Cox

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).