Desarmamento do Navio de Socorro Submarino “Felinto Perry”

Em cumprimento ao disposto na Portaria nº 353, de 1º de dezembro de 2020, do Comandante da Marinha, realiza-se, na presente data, a Mostra de Desarmamento do Navio de Socorro Submarino (NSS) “Felinto Perry”, após 32 anos de relevantes serviços prestados à Marinha.

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Primeiro navio a ostentar este nome, ele homenageia o Chefe da Subcomissão Naval na Europa, criada para fiscalizar a construção de três submersíveis encomendados ao Governo italiano, e primeiro Comandante da Flotilha de Submersíveis, tornando-se, posteriormente, o Patrono da Força de Submarinos.

Construído entre 1978 e 1979 como Navio de Apoio ao Mergulho pelo estaleiro Smedvik Mekaniske Verkstedt, na Noruega, o M/S Wildrake foi vendido, em outubro de 1986, para empresa dinamarquesa Henning H. Faddersbol, quando recebeu o nome de M/S Holger Dane e foi empregado como Navio de Salvamento em campos de petróleo no Mar do Norte.

Foi adquirido em 1988 pela Marinha do Brasil para substituir o NSS “Gastão Moutinho”, sendo submetido à Mostra de Armamento em 19 de outubro, na Dinamarca, em cumprimento ao Aviso nº 849 do Ministro da Marinha, de 3 de outubro daquele ano e foi incorporado em 28 de dezembro.

O NSS “Felinto Perry” foi concebido para operações de apoio a mergulho, inclusive saturado, reboque, abastecimento, combate a incêndio e recuperação de óleo. Suas capacidades foram aperfeiçoadas com os anos e a atividade de socorro ampliada com a instalação do Sino de Resgate Submarino (SRS).

Em 2002 acoplou, pela primeira vez, na escotilha do Submarino “Timbira”. Dois anos mais tarde, fez a transferência de um tripulante do Submarino “Tapajó” para a superfície. Em 2009 todos os submarinos brasileiros estavam qualificados para o socorro pelo SRS.

Essa capacidade possibilitou aos nossos submarinistas mergulharem tranquilos, pois havia alguém pronto para eventuais necessidades de resgate.

Suas capacidades contribuíram, ainda, para a permanente presença do Brasil nos fóruns de debate da OTAN relacionados ao International Submarine Escape and Rescue Office (ISMERLO), criado após o acidente com o submarino russo “Kursk”, com a finalidade de desenvolver uma doutrina que promovesse a interoperabilidade.

A versatilidade do Navio fez com que fosse empregado, também, em comissões de adestramento da Esquadra, como ADEREX e TROPICALEX, além de apoio ao Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade e em duas OPERANTAR, em 2010 e 2012. Em 2017 participou das buscas aos nossos irmãos do ARA “San Juan”.

Ao longo de sua singradura, recebeu o “Prêmio Contato”, concedido pelo então Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo e foi condecorado com a Medalha Mérito Tamandaré.

Ao presenciarmos o último Cerimonial à Bandeira a bordo do “Ás de Copas”, ato solene que marca o encerramento de sua vida operativa, exaltamos os nobres homens do mar que, com seu sacrifício e profissionalismo, forjaram a alma aguerrida e persistente deste Navio. Seus feitos e conquistas serão eternamente lembrados pelas tripulações que guarneceram estes conveses e motivo de orgulho para a nossa Instituição.

“MERGULHE TRANQUILO, ESTAMOS ATENTOS!”
BRAVO ZULU!
VIVA A MARINHA!

CLÁUDIO PORTUGAL DE VIVEIROS
Almirante de Esquadra
Chefe do Estado-Maior da Armada

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).