Monte Castello: A vitória histórica da FEB na Itália

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A madrugada de 21 de fevereiro de 1945 amanheceu com os brasileiros em posição de combate. O Monte Castello, imponente e fortificado pelos alemães, havia resistido a diversas ofensivas da Força Expedicionária Brasileira. Mas, naquele dia, tudo seria diferente. Com um planejamento meticuloso e o apoio da artilharia, os soldados avançaram sob intenso fogo inimigo, conquistando, ao final do dia, uma das vitórias mais emblemáticas da FEB na Segunda Guerra Mundial.

Estratégia e desafios da FEB na Batalha de Monte Castello

A Batalha de Monte Castello foi um dos maiores desafios enfrentados pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Campanha da Itália. A posição estratégica do monte, situada na Linha Gótica, impedia o avanço aliado em direção ao norte da Itália e ao Vale do Pó. Fortemente defendido por tropas alemãs experientes, o local se tornou um verdadeiro bastião da resistência nazista.

Os desafios para os brasileiros eram imensos. O inverno rigoroso, com temperaturas abaixo de zero e terrenos cobertos por neve e lama, dificultava a locomoção das tropas e comprometia a eficácia dos equipamentos. Além disso, a resistência alemã era feroz, composta por soldados veteranos da Frente Oriental, bem entrincheirados e apoiados por posições de artilharia estrategicamente localizadas.

Após sucessivas tentativas frustradas, ficou evidente que a FEB não conseguiria tomar Monte Castello sozinha. A virada aconteceu com a reformulação da estratégia, integrando melhor as forças brasileiras à 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos e reforçando o uso da artilharia. O general Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB, insistiu na necessidade de um ataque conjunto e bem planejado, o que se tornaria crucial para a conquista final.

O legado da FEB: bravura e reconhecimento internacional

Monte Castello não foi apenas uma vitória militar, mas um marco na trajetória do Brasil na Segunda Guerra Mundial. A FEB, composta por cerca de 25 mil soldados, enfrentou dificuldades imensas e provou seu valor no campo de batalha, ganhando o respeito dos aliados.

O feito dos pracinhas ajudou a consolidar a imagem do Brasil como um aliado confiável, o que refletiu positivamente na política externa do país após a guerra. Além disso, a experiência adquirida nos combates influenciou a modernização das Forças Armadas, resultando em avanços na doutrina militar e no treinamento de tropas.

A bravura dos soldados brasileiros é lembrada até hoje, com homenagens em monumentos na Itália e no Brasil. O cemitério de Pistoia, onde muitos combatentes brasileiros foram enterrados, é um símbolo da coragem e do sacrifício daqueles que lutaram pela liberdade na Europa.

A cronologia da Batalha de Monte Castello: da primeira tentativa à vitória

A batalha se estendeu por três meses, marcados por tentativas frustradas e grandes dificuldades. O primeiro ataque ocorreu em 24 de novembro de 1944, quando tropas brasileiras e americanas tentaram tomar o monte. No segundo dia, os aliados chegaram ao topo, mas foram expulsos por uma contraofensiva alemã.

Em 29 de novembro, uma nova investida foi realizada, desta vez quase exclusivamente pela FEB. No entanto, as más condições climáticas e a forte resistência inimiga impediram o avanço. Uma terceira tentativa foi feita em 12 de dezembro, mas, apesar dos esforços, os brasileiros foram novamente rechaçados, sofrendo pesadas baixas.

A grande virada veio em fevereiro de 1945, com a chamada Operação Encore. Sob um novo planejamento e com o apoio da 10ª Divisão de Montanha americana, a FEB iniciou o ataque final em 20 de fevereiro. No dia 21, às 17h30, soldados brasileiros do Batalhão Franklin alcançaram o cume de Monte Castello, consolidando a vitória.

O sucesso da operação foi atribuído, em grande parte, à eficiência da artilharia brasileira, comandada pelo general Cordeiro de Farias. O fogo preciso dos canhões garantiu a cobertura necessária para o avanço das tropas e neutralizou as posições inimigas, permitindo que os pracinhas tomassem o monte e cravassem ali a bandeira brasileira.

A conquista de Monte Castello abriu caminho para o avanço aliado rumo ao norte da Itália, contribuindo para o colapso das forças nazistas na região. Para a FEB, essa vitória se tornou um símbolo da coragem e da determinação dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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