Impacto de narrativas falsas nas redes sociais (Imagem: Reprodução/MIT)

Pesquisadores do MIT, nos EUA, desenvolveram um sistema de inteligência artificial que pode ajudar a conter a disseminação de informações falsas. A IA consegue detectar e analisar padrões relevantes de contas em redes sociais que são programadas para espalhar notícias alteradas ou fraudulentas na internet.

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O programa de Reconhecimento de Operações de Influência (RIO em Inglês) é capaz de identificar automaticamente vários tipos de narrativas de desinformação e também descobrir quem são as pessoas que divulgam esse material na rede, utilizando algoritmos de modelagem de tópicos.

O projeto começou em 2014, durante estudos sobre como grupos maliciosos conseguem explorar perfis falsos nas redes sociais. Os cientistas identificaram aumentos de atividade incomum na publicação de narrativas que incentivavam a disseminação de notícias pró-Rússia. O primeiro teste real de eficácia do RIO foi feito em 2017, durante as eleições francesas.

“Nos 30 dias que antecederam a eleição, nós coletamos dados de mídia social em tempo real para pesquisar e analisar a disseminação da desinformação. No total, foram 28 milhões de postagens no Twitter de 1 milhão de contas. Usando o RIO, nós conseguimos detectar contas que espalhavam mensagens falsas com 96% de precisão”, afirma um dos responsáveis pelo projeto, Steven Smith.

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Propagação de informações falsas durante as eleições francesas (Imagem: Reprodução/MIT)

Como funciona

A estrutura criada pelo programa integra o processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina e análise gráfica para quantificar o impacto de contas individuais na divulgação de narrativas falsas nas redes sociais.

A IA coleta dados relevantes, identifica tipos semelhantes de notícias e classifica as contas com base no comportamento e conteúdo durante a divulgação de determinado evento. As narrativas são geradas automaticamente a partir de dados direcionados do Twitter usando um algoritmo de modelagem de tópicos.

Contas com tweets contendo palavras-chave relevantes sobre o assunto são identificadas de acordo com padrões predefinidos dentro do mesmo período. O algoritmo detecta a similaridade semântica das postagens, com base em recursos comportamentais e linguísticos de cada conteúdo divulgado.

O resultado dessa análise gera um mapeamento preciso de redes contendo a mesma narrativa, identificando quais são os principais termos usados por propagadores de notícias falsas ou adulteradas na internet.

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Impacto de narrativas falsas nas redes sociais (Imagem: Reprodução/MIT)

Fake news

Uma das principais características do RIO é que o sistema é capaz de combinar várias técnicas analíticas para criar relatórios mais abrangentes de onde e como as narrativas de desinformação se espalham. Com uma abordagem estatística, é possível determinar o quanto uma conta pode mudar ou ampliar a divulgação de fake news.

Outro fator importante do programa é que ele consegue detectar o impacto de contas operadas por bots e seres humanos ao mesmo tempo, o que ajuda na tomada de medidas para impedir a propagação de uma campanha de divulgação de notícias falsas em tempo real.

Os pesquisadores esperam que o RIO possa ser usado por governos e meios de comunicação tradicionais, como rádios, jornais e televisão para combater a disseminação sistematizada de fake news, além de identificar como os comportamentos individuais são afetados pela divulgação de conteúdos falsos em massa.

“A defesa contra a desinformação não é apenas uma questão de segurança nacional, mas também uma obrigação da mídia e das autoridades para proteger todo o sistema democrático de um país”, completa o pesquisador do MIT, Edward Kao.

Fonte: Canal Tech / MIT

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).