Ministério da Defesa quer ampliar exportações com novo acordo com a ABDI

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Em tempos de transformação geopolítica e corrida tecnológica, o Ministério da Defesa deu um passo estratégico ao firmar, com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), um acordo voltado à expansão da Base Industrial de Defesa (BID). A meta é ambiciosa: tornar a indústria de Defesa brasileira uma protagonista nas exportações globais, gerando empregos, tecnologia e soberania para o país.
Detalhamento do acordo e seus quatro eixos estratégicos
Assinado nesta terça-feira (24), o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ministério da Defesa (MD) e a ABDI tem ações estruturadas em quatro eixos principais, todos voltados ao fortalecimento da BID.
O primeiro eixo trata da modelagem do Banco de Offset Ofertante Brasileiro, com o objetivo de ampliar contrapartidas tecnológicas e industriais atreladas a exportações brasileiras. O segundo eixo busca desenvolver uma estrutura para exportações na modalidade Governo a Governo (Gov-to-Gov), abrindo portas para o Brasil atender diretamente a demandas de países parceiros por meio de acordos estatais.
O terceiro eixo prevê o mapeamento detalhado da Base Industrial de Defesa, com estudos qualitativos e quantitativos para elevar o conteúdo nacional e atrair investimentos. Por fim, o quarto eixo se concentra na ampliação de compras públicas para inovação, com destaque para as encomendas tecnológicas, nos moldes da Lei da Inovação (Lei nº 10.973/2004).
Impacto do fortalecimento da BID na economia e na soberania nacional
A Base Industrial de Defesa, formada por empresas estatais e privadas que atuam no desenvolvimento e manutenção de produtos estratégicos, é vista como vetor de desenvolvimento econômico e tecnológico. Com o novo ACT, o governo busca ampliar a presença brasileira no mercado internacional, especialmente em setores com alto valor agregado.
Além do impacto direto na geração de empregos qualificados e na arrecadação de impostos, o fortalecimento da BID significa autonomia tecnológica e capacidade de resposta nacional frente a ameaças externas ou crises geopolíticas. Em um cenário global que movimentou US$ 2,78 trilhões em produtos de Defesa em 2024, o Brasil quer uma fatia maior — e melhor estruturada — desse mercado.
Declarações das autoridades e visão institucional sobre o papel da Defesa
Durante a cerimônia de assinatura, o Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, destacou a relevância do acordo para tornar mais visível o papel da indústria de Defesa no Brasil. “Precisamos dizer ao Brasil o que representa essa indústria. É a que mais cresce no mundo. Pode criar empregos, pagar impostos e impulsionar nosso crescimento”, afirmou.
Já o presidente da ABDI, Ricardo Capelli, foi direto ao ponto: “Não existe país forte, altivo, livre e soberano sem Forças Armadas fortes. É um dever da ABDI auxiliar o Ministério da Defesa a mapear e impulsionar a BID como vetor estratégico”. A Secretária Adjunta de Produtos de Defesa, Juliana Ribeiro Larenas, e a diretora da ABDI, Perpétua Almeida, também participaram do ato.
A parceria representa mais do que um acordo técnico: é a união entre planejamento econômico e estratégia nacional de Defesa, mostrando que soberania também se constrói com indústria forte, inovação e diplomacia comercial.
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