Os dois microssatélites da constelação Lessonia, lançados pela Força Aérea Brasileira (FAB) nesta quarta-feira (25/5), irão contribuir para ações do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão subordinado ao Ministério da Defesa (MD). Dentre as diversas aplicações dos satélites, destaca-se o monitoramento do desmatamento durante o período de maior cobertura de nuvens na Amazônia, que ocorre entre os meses de outubro e abril. As novas tecnologias configuram-se como soluções para o desafio de proteger uma região que corresponde a 60% do território nacional.

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Outra aplicação ambiental é o monitoramento dos rios amazônicos, em especial do garimpo ilegal, visto que o radar de abertura sintética é extremamente eficiente na detecção de irregularidades nesses corpos d’água. Soma-se a essas capacidades, o auxílio significativo no acompanhamento da Amazônia Azul. Os sensores baseados em radar são utilizados mundialmente para detecção de vazamentos de óleo. A posse de uma ferramenta desta natureza, sob controle nacional, representará um diferencial de resposta em incidentes como o ocorrido no litoral brasileiro em 2019.

O processo de aquisição, em especial, na definição de requisitos técnicos, contou com a colaboração do Censipam que, hoje, detém a principal capacitação de pessoal no emprego operacional de imagens de radar no Brasil. “O Censipam é parceiro da FAB nesse processo desde o início. Parabenizamos o sucesso do projeto que culminou com esse lançamento. A operação desses equipamentos é um ganho para o Brasil e um diferencial estratégico que contribuirá sobremaneira para o monitoramento e proteção das duas maiores reservas de biodiversidade do País, a Amazônia Verde e a Amazônia Azul”, declarou o diretor-geral do Censipam, Rafael Costa.

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O Projeto Lessonia integra o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), conduzido pela Força Aérea Brasileira (FAB), faz parte da Estratégia Nacional de Defesa, para manutenção da soberania no espaço aéreo e integração do território nacional com vistas à defesa da Pátria.

O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais elencou diversas carências no segmento aeroespacial brasileiro, entre elas a ausência de um satélite com sensor radar operado pelo Brasil. O programa prevê o suprimento de uma dessas capacidades com a aquisição de um microssatélite SAR, sendo operado pelo Centro de Operações Espaciais (Cope), da FAB. Há 20 anos o Censipam utiliza imagens de sensores radar e é um dos maiores consumidores desse tipo de dado no Brasil.

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O controle nacional de satélites com sensores radar embarcados representa uma relevância estratégica, pois essa capacidade já foi alcançada por outros países da América do Sul, como Argentina, Chile e Peru. A constelação Lessônia, que hoje se materializa, permitirá a ampliação da capacidade de sensoriamento remoto do Estado brasileiro, proporcionando um melhor combate ao desmatamento e a outros crimes ambientais não somente nas Amazônias, mas em todo território brasileiro.

Por Juliana Mota
Fotos: Divulgação

Marcelo Barros, com informações do Ministério da Defesa
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).