Milhares de pessoas foram atendidas durante uma expedição médica realizada pela Marinha do Brasil a bordo do Navio Auxiliar Pará (NA Pará) realizada recentemente. A bordo, cinco médicos residentes da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A parceria entre a Marinha e a UFPA permitiu que, desta vez, cinco médicos das áreas de Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Otorrinolaringologia atendessem aos moradores ribeirinhos das cidades de Breves, Curralinho, Oeiras do Pará e Ponta de Pedras.
Para os médicos que estão se especializando nas residências da UFPA, estar na expedição atendendo às populações ribeirinhas é, agora, uma parte importante da história profissional e pessoal de cada um.
De acordo com a Marinha, durante os dez dias da expedição, foram feitos cerca de 2.300 atendimentos médicos, 1.200 atendimentos odontológicos, 4.100 atendimentos de enfermagem e 800 exames laboratoriais, inclusive de mamografia, ultrassonografia e preventivo do câncer do colo do útero.
Experiência única – Para a gestão superior da UFPA, a expedição é o primeiro fruto deste novo acordo com a Marinha do Brasil, que, desde o começo, foi visto como importante para a formação dos médicos residentes na Universidade.
“Este contato com as populações ribeirinhas e diferentes problemas destas comunidades é especial para os residentes e oferece uma oportunidade única de trabalho e de aprendizado, considerando que as práticas da residência acontecem em Belém e junto a uma população com perfil mais urbano. Esta foi a primeira ação deste novo acordo, e os alunos que foram, relataram resultados extraordinários. Estamos ansiosos pelas próximas”, assegura Iracilda Sampaio, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA (Propesp).
Na expedição, também foram distribuídos mais de 31 mil medicamentos aos pacientes atendidos pelos médicos da expedição, inclusive pelos residentes da UFPA, e foram realizadas ações lúdicas com o público infantil.
Uma experiência que a médica Ana Paula Araújo recomenda: “Eu iria quantas vezes fossem possíveis, porque é um ‘valor’ que nada paga. Meu agradecimento à UFPA e à Marinha por fazer isso acontecer, por cuidar da população e por nos dar a oportunidade de estar lá crescendo e somando e aprendendo. Foi incrível, e quem puder ter esta experiência ao menos uma vez na vida, vale muito a pena”.
Na Federal paraense, a parceria envolveu a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA (Propesp), a Faculdade de Medicina do Instituto de Ciências Médicas (Famed/ICM) e com o Complexo Hospitalar, que inclui os Hospitais Universitários João de Barros Barreto (HUJBB) e Bettina Ferro de Souza (HUBFS). Para o professor José Roberto Capeloni, que coordena a Comissão de Residência Médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, a participação da UFPA na expedição tende a crescer.
“A participação dos residentes na expedição foi muito importante. Os relatos dos médicos que foram é de uma experiência significativa na formação deles e os que permaneceram aqui já estão se organizando para também oferecer esse suporte aos ribeirinhos. Toda a infraestrutura que a Marinha nos ofertou, a bordo e nos atendimentos em terra, agregou muito à formação destes médicos e se tornou um novo campo de atuação para nossas residências. Esperamos que possamos estar nas expedições três, quatro vezes por ano e com mais especialidades’”.
“Trabalhos como este da Marinha do Brasil estão em consonância com a nossa missão institucional, que é formar médicos cidadãos, com conhecimento da realidade amazônica, atendendo às populações ribeirinhas carentes”, pontua Silvestre Savino Neto, diretor do Instituto de Ciências Médicas da UFPA (ICM)
Texto e Artes: Assessoria de Comunicação do ICM/UFPA
Fotos: Arquivo Pessoal