Marinhas do Brasil e do Peru realizam levantamento no Rio Javari

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Unindo tecnologia, cooperação internacional e presença na Amazônia, a Marinha do Brasil e a Marinha de Guerra do Peru estão conduzindo, desde 19 de fevereiro, um levantamento hidrográfico no Rio Javari. A operação, realizada entre a foz do rio e o Estirão do Repouso, tem como objetivo melhorar a navegabilidade e fortalecer os laços entre os serviços hidrográficos das duas nações, além de reforçar a soberania sobre uma das regiões mais estratégicas da fronteira amazônica.

A missão conjunta e os objetivos do levantamento hidrográfico

A ação é fruto da colaboração entre o Aviso Hidroceanográfico Fluvial (AvHoFlu) “Rio Solimões”, da Marinha do Brasil, e o navio B.A.P “Stiglich”, da Marinha de Guerra do Peru. O levantamento hidrográfico visa mapear com precisão o leito do Rio Javari, contribuindo para a atualização de cartas náuticas e para o aumento da segurança da navegação em uma das regiões mais desafiadoras da Bacia Amazônica.

A cooperação entre os dois países fortalece os vínculos técnicos e operacionais entre os Serviços Hidrográficos das Marinhas, promovendo a troca de conhecimentos e consolidando uma atuação coordenada em áreas de interesse mútuo. O trabalho conjunto também reafirma o compromisso com a preservação ambiental, a segurança fluvial e a integração regional, essenciais para o desenvolvimento sustentável da região amazônica.

O Rio Javari como fronteira natural e via estratégica

Com aproximadamente 1.180 quilômetros de extensão, o Rio Javari nasce na Serra de Contamana, no Peru, e deságua no Rio Solimões, próximo ao município brasileiro de Tabatinga (AM). Além de sua importância ecológica, o rio desempenha uma função geopolítica fundamental, sendo fronteira natural entre Brasil e Peru ao longo de grande parte de sua extensão.

A sua navegação é considerada difícil, devido à sinuosidade, à largura estreita e à escassez de pontos notáveis para orientação. Nesse cenário, o levantamento hidrográfico é fundamental para garantir a segurança de embarcações civis e militares que transitam pela região, bem como para ampliar o conhecimento sobre os aspectos hidrodinâmicos e geomorfológicos do curso d’água.

Ao mapear a área entre a foz do Javari e o Estirão do Repouso, as Marinhas reforçam a presença do Estado na faixa de fronteira, assegurando o controle territorial e contribuindo para ações de patrulha, logística, saúde e defesa, em apoio às comunidades locais e às operações interagências na Amazônia.

Embarcações envolvidas e tecnologia empregada na operação

O AvHoFlu “Rio Solimões”, da Marinha do Brasil, é uma embarcação especializada em levantamentos hidrográficos fluviais, equipada com sistemas modernos de sondagem, posicionamento e coleta de dados ambientais. Sua missão principal é garantir a segurança da navegação interior, fornecendo dados confiáveis para a atualização das cartas náuticas.

Já o navio B.A.P “Stiglich”, da Marinha peruana, atua com capacidades semelhantes e é símbolo da cooperação técnica entre os dois países na região amazônica. A integração entre as tripulações tem sido um dos destaques da operação, com troca de experiências, procedimentos e padronização de métodos, que fortalecem a interoperabilidade entre as forças navais.

A tecnologia empregada inclui sonares multifeixe, GPS de alta precisão, softwares de georreferenciamento e análise batimétrica, que permitem uma leitura precisa do fundo do rio. Esses recursos são essenciais para mapear áreas pouco conhecidas, identificar obstáculos submersos e propor rotas mais seguras para a navegação.

A missão se estenderá até 27 de março, consolidando mais um marco na história da colaboração entre Brasil e Peru na Amazônia. O levantamento não apenas aprimora a segurança fluvial, mas também consolida o papel das Marinhas como agentes ativos na proteção da soberania e no desenvolvimento da região.

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Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).