Marinha prepara oficiais para ações ribeirinhas na Amazônia

No coração da Amazônia, oficiais do Corpo da Armada iniciaram sua jornada de especialização em operações ribeirinhas, com a aula inaugural do 1º Estágio Básico para Oficiais de Superfície. Conduzida pelo Vice-Almirante João Alberto de Araujo Lampert, a atividade marcou o início de uma nova fase de qualificação militar no recém-inaugurado Núcleo de Adestramento de Operações Ribeirinhas, em Manaus.

Estrutura e conteúdo do Estágio Básico

O 1º Estágio Básico de Operações Ribeirinhas para Oficiais de Superfície foi concebido com o objetivo de fornecer aos militares o conhecimento necessário para atuar com eficácia em ambientes fluviais complexos e desafiadores. A estrutura do curso contempla instruções teóricas e práticas sobre o trinômio operacional da Marinha: navio, tropa de Fuzileiros Navais e aeronave.

Durante o estágio, os participantes são imersos em situações que simulam operações reais, com ênfase no planejamento tático, emprego de meios ribeirinhos, navegação em rios estreitos, desembarque em áreas de selva e coordenação de forças combinadas. As instruções são baseadas na doutrina naval brasileira, com adaptações específicas para o teatro de operações amazônico.

O Núcleo de Adestramento de Operações Ribeirinhas, recém-inaugurado em Manaus, foi projetado para oferecer uma infraestrutura moderna e adaptada ao ambiente amazônico, permitindo que os oficiais se capacitem nas condições mais próximas da realidade operacional.

Capacitação e impacto na carreira militar

A formação em operações ribeirinhas representa um marco importante na carreira dos oficiais da Marinha do Brasil, especialmente aqueles destinados a servir em organizações militares subordinadas ao Com9ºDN, cuja área de atuação abrange vastas regiões fluviais da Amazônia. Essa capacitação eleva o nível de prontidão das unidades navais e promove a interoperabilidade entre os meios operacionais da Marinha.

A qualificação em ambiente ribeirinho amplia as oportunidades de atuação dos militares, tornando-os aptos para missões de patrulhamento, combate a ilícitos, resgate, apoio logístico e ações humanitárias. Além disso, fortalece o senso de pertencimento e a valorização do conhecimento técnico-militar adaptado às especificidades regionais.

Ao investir na formação contínua de seus quadros, o Comando do 9º Distrito Naval reafirma seu compromisso com a excelência profissional, a segurança das vias navegáveis e a proteção dos interesses estratégicos do Brasil na região Norte.

Operações ribeirinhas e o papel estratégico da Marinha

A realização do estágio evidencia a importância das operações ribeirinhas como eixo central da estratégia de defesa nacional na Amazônia. Em uma região marcada por extensas redes fluviais, vegetação densa e áreas de difícil acesso, a Marinha do Brasil é a força que conecta o Estado às comunidades mais isoladas, garantindo a presença e a soberania brasileiras.

As operações fluviais são essenciais para o combate a crimes transfronteiriços, proteção ambiental, apoio às populações ribeirinhas e manutenção da ordem em áreas sensíveis. Nesse contexto, formar oficiais capacitados para operar com precisão e rapidez é um diferencial que consolida a Força Naval como vetor de segurança e desenvolvimento na Amazônia Legal.

A iniciativa do Com9ºDN, portanto, não apenas fortalece a capacidade operativa da Marinha, como também reafirma sua vocação histórica de servir com excelência nos rios da pátria.