Marinha intensifica fiscalização fluvial no Acre durante cheia

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A cheia dos rios amazônicos transformou o cotidiano no Acre — e a resposta veio pelo rio. Com motos aquáticas, lanchas e viaturas, a Marinha está nos pontos críticos dos rios Acre e Juruá, levando orientação, fiscalização e apoio às comunidades atingidas. A operação é liderada pelas Agências Fluviais locais, que unem tecnologia e presença constante para evitar acidentes e ampliar a segurança.

A mobilização tem ocorrido de forma intensa desde o agravamento do nível das águas. Os rios, que são vias naturais de transporte no estado, tornam-se perigosos durante o período de cheia, aumentando o risco de acidentes com embarcações de passageiros, carga e lazer. Nesse cenário, a presença da Autoridade Marítima é fundamental para garantir a aplicação das normas e a orientação aos navegantes, evitando tragédias.

Estrutura e Meios Empregados: Fiscalização com tecnologia adaptada

Com a elevação dos níveis dos rios, as operações da Marinha do Brasil no Acre passaram a contar com uma estrutura adaptada à realidade da hidrografia amazônica. Em Rio Branco, a Agência Fluvial de Boca do Acre (AgBAcre) utiliza uma moto aquática como principal meio de patrulhamento. Ágil e eficaz em áreas de baixa profundidade ou com obstáculos flutuantes, esse equipamento tem se mostrado essencial para alcançar pontos de difícil acesso e monitorar a movimentação de pequenas embarcações.

Já em Cruzeiro do Sul, a Agência Fluvial local (AgCSul) opera com uma frota composta por três embarcações de médio porte e duas viaturas terrestres, permitindo a fiscalização em regiões urbanas e rurais do Rio Juruá, que apresenta áreas extensas de alagamento. Os militares utilizam equipamentos de comunicação e monitoramento em tempo real, reforçando o controle sobre o tráfego fluvial. Todas as ações seguem os parâmetros das Normas da Autoridade Marítima (NORMAM), que regulamentam o tráfego de embarcações, especialmente em contextos críticos como o atual.

Apoio Humanitário: Presença que salva vidas

Além da fiscalização, a atuação da Marinha tem forte componente humanitário. Com mais de 3 mil famílias afetadas pela cheia do Rio Juruá, os militares estão preparados para apoio logístico, inclusive na retirada de moradores de áreas alagadas ou isoladas. Em parceria com a Prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Corpo de Bombeiros, a Agência Fluvial local coordena ações de evacuação de comunidades, transporte de suprimentos e atendimento emergencial.

A presença dos militares traz confiança às comunidades ribeirinhas, que muitas vezes dependem exclusivamente do transporte fluvial para ter acesso a serviços básicos. A Marinha também realiza ações educativas, orientando os condutores de embarcações quanto ao uso correto de coletes salva-vidas, capacidade de carga e navegação segura. Em meio à crise, esses cuidados têm salvado vidas e evitado acidentes com vítimas fatais. A atuação humanitária demonstra o compromisso da Marinha com o bem-estar da população, indo além da esfera militar.

Coordenação Institucional: Defesa e Defesa Civil lado a lado

A cheia no Acre tem exigido uma resposta articulada entre diferentes esferas do poder público. No dia 19 de março, representantes da Marinha do Brasil participaram de uma reunião de coordenação interinstitucional em Cruzeiro do Sul, com autoridades estaduais e municipais, com o objetivo de debater estratégias e alinhar a execução de um Plano de Contingência para enfrentar os impactos da enchente do Rio Juruá.

A integração entre Defesa e Defesa Civil tem sido crucial. A Marinha oferece não apenas meios logísticos, mas também expertise em operações fluviais de emergência, servindo como elo entre o poder público e as populações afetadas. O trabalho conjunto garante maior agilidade na resposta aos desastres e fortalece o sistema de proteção social em regiões com baixa infraestrutura terrestre. Essa cooperação reafirma o papel das Forças Armadas em situações de calamidade, mostrando que a segurança nacional também passa pelo cuidado com os brasileiros mais vulneráveis.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).