Marinha e EDGE firmam acordo para desenvolver sistemas navais antidrones

Marinha do Brasil assina acordo com EDGE e SIATT.
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Em mais um passo rumo à modernização da defesa naval brasileira, a Marinha do Brasil e o grupo EDGE firmaram uma carta de intenções estratégica para o desenvolvimento de sistemas antidrones voltados a aplicações marítimas. O acordo foi assinado no dia 3 de abril, durante a LAAD Defence & Security 2025, e prevê a criação de soluções integradas com tecnologias autônomas de superfície e aéreas, adaptadas às necessidades operacionais da Força Naval.

Detalhes técnicos da cooperação em sistemas antidrones

O projeto conjunto entre a Marinha do Brasil e a EDGE tem como objetivo o desenvolvimento de sistemas de neutralização de drones especialmente desenhados para o ambiente naval. As tecnologias em estudo envolvem o uso de radares de alta precisão, sensores eletro-ópticos e sistemas de bloqueio de sinais que possam atuar contra veículos aéreos e de superfície não tripulados, detectando e neutralizando ameaças de forma automática e eficiente.

Com foco em plataformas autônomas, como drones navais e aéreos empregados na proteção de comboios e instalações costeiras, o sistema integrará capacidades de vigilância e resposta em tempo real, utilizando inteligência artificial para tomada de decisões sob critérios de segurança e eficiência operacional. Essa abordagem representa um avanço significativo no conceito de defesa eletrônica embarcada, adaptada aos desafios contemporâneos do ambiente marítimo.

A criação de um grupo técnico conjunto, formado por engenheiros e especialistas da EDGE e da Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha, permitirá que o sistema seja moldado diretamente aos requisitos operacionais brasileiros, ampliando o escopo de uso para navios de patrulha, corvetas, fragatas e bases navais.

Relevância da parceria para a doutrina de defesa da Marinha

A proliferação do uso de drones em ações ofensivas, inclusive por atores não estatais, exige respostas mais rápidas e integradas das forças armadas. Nesse contexto, o acordo com a EDGE representa um passo estratégico para a evolução da doutrina de proteção naval, consolidando a Marinha como uma força atenta aos novos vetores de ameaça.

A implementação de sistemas antidrones autônomos eleva a capacidade de proteção dos meios da Marinha em diferentes teatros de operações, como a Amazônia Azul, áreas costeiras, e missões internacionais. Além disso, permitirá à Força Naval atuar com maior independência tecnológica e eficiência no enfrentamento de ataques assimétricos e táticas de saturação com drones.

A parceria ainda reforça a atuação da Marinha no campo da guerra eletrônica e defesa cibernética, duas áreas que se tornam cada vez mais centrais na estratégia de qualquer força militar moderna.

EDGE e Marinha: cooperação e impacto na Base Industrial de Defesa

Ao escolher cooperar com a EDGE, o Brasil não apenas adquire acesso a tecnologia de ponta, mas também dá um passo concreto na valorização da Base Industrial de Defesa (BID). A parceria poderá resultar em transferência de conhecimento, capacitação de engenheiros brasileiros e potencial produção nacional de sistemas antidrones, o que é estratégico para a soberania e autonomia do setor de defesa.

A presença da SIATT como parceira no acordo também indica o interesse em envolver empresas nacionais consolidadas no desenvolvimento das soluções, promovendo um modelo de negócio que une experiência internacional e capacidade industrial local.

Além de fomentar o desenvolvimento tecnológico nacional, a parceria EDGE–Marinha impulsiona a competitividade do Brasil no mercado global de defesa, posicionando o país como coprodutor de tecnologias sensíveis para o segmento naval.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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