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A Marinha do Brasil foi à guerra e a história navegou até Maceió. Em dois momentos ontem, na Praça Marcílio Dias e no plenário da Câmara Municipal, o Capitão de Fragata Rodrigo Garcia emocionou o público ao relembrar as ações heroicas dos marinheiros brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial, os sacrifícios em alto-mar e os heróis locais como a pequena Valderez Cavalcante, salva de um naufrágio com menos de 4 anos de idade.
A força naval do Nordeste e a guerra antisubmarina

A entrada efetiva do Brasil na Segunda Guerra Mundial se deu em 1942, após os ataques de submarinos alemães e italianos a embarcações brasileiras. Em resposta, foi criada a Força Naval do Nordeste, base estratégica que teve papel fundamental na defesa do Atlântico Sul. O Capitão Rodrigo Garcia destacou que a Marinha do Brasil precisou se modernizar rapidamente, adotando doutrinas de guerra antisubmarina e revendo seus processos logísticos e operacionais.
A missão principal da Marinha foi proteger os comboios navais, formados por navios mercantes e militares, fundamentais para manter o fluxo de suprimentos entre o Brasil e os Aliados. Ao todo, foram mais de 575 comboios e 3.000 embarcações escoltadas, garantindo o deslocamento seguro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para o teatro de operações na Europa. Ao mesmo tempo, a Marinha combatia os temidos U-boots do Eixo, impondo perdas aos inimigos nas águas do Atlântico Sul.
Heróis do mar: as histórias humanas e o sacrifício no Atlântico
O discurso de Rodrigo Garcia trouxe à tona as perdas humanas decorrentes do conflito. Segundo ele, aproximadamente 1.500 brasileiros morreram no mar, entre militares da Marinha, marinheiros e passageiros da Marinha Mercante e soldados do Exército. Em meio aos números, um nome se destacou: Valderez Cavalcante, hoje com 86 anos, sobrevivente do torpedeamento do navio mercante Itajiba.

Aos 3 anos e 9 meses, Valdeerez foi lançada ao mar em uma caixa de leite, permanecendo à deriva até ser resgatada por um navio da Marinha. O Capitão de Fragata Garcia contou que ela foi encontrada na costa da Bahia e levada de volta para Maceió. Hoje, é psicóloga e moradora do bairro da Jatiúca, representando uma ligação viva e comovente entre o povo alagoano e a história da Segunda Guerra Mundial.
Ao narrar sua visita à sobrevivente, Garcia emocionou os presentes ao afirmar que Alagoas tem seus próprios heróis do mar, e que “é dever do Estado e da sociedade preservar suas histórias”.
A Marinha como guardiã da soberania e da economia marítima
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil não apenas combateu o inimigo, mas foi responsável pela proteção da economia marítima nacional, zelando por todos os modais de suprimento via mar. Em tempos de escassez e insegurança global, a Marinha garantiu o transporte de alimentos, combustíveis e materiais estratégicos que sustentaram o esforço de guerra.
Rodrigo Garcia destacou ainda a importância do reconhecimento público à Marinha, especialmente em estados como Alagoas, que sediaram sessões solenes no Legislativo, Judiciário e Executivo em homenagem às Forças Armadas. “Essa integração entre os poderes e as forças coirmãs fortalece a missão institucional da Marinha em defesa da sociedade alagoana e do país”, afirmou.
Por fim, o Capitão lembrou os ícones históricos da Marinha do Brasil — como os bustos de Tamandaré e Marcílio Dias, localizados na orla de Maceió — como marcos vivos da memória militar nacional, e concluiu com um chamado à preservação da história e valorização das gerações que atuaram em nome da pátria.
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