Marinha do Brasil debate desafios globais na aula inaugural de Altos Estudos

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Os desafios da segurança marítima, o papel do Brasil no cenário global e o impacto das mudanças geopolíticas foram temas centrais da aula inaugural dos Cursos de Altos Estudos Militares da Marinha do Brasil. No dia 31 de janeiro, o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Almirante de Esquadra André Luiz Silva Lima de Santana Mendes, abriu oficialmente as atividades acadêmicas de 2025 com uma palestra sobre “Desafios para a Marinha no mundo em transformação”. A aula reuniu oficiais das Forças Armadas, servidores civis e representantes de Marinhas estrangeiras, destacando a relevância do debate estratégico para a defesa nacional.

Os desafios da segurança marítima em um cenário global em transformação

O Almirante Silva Lima destacou que a segurança marítima enfrenta desafios cada vez mais complexos em um mundo marcado pela competição entre potências, deslocamento econômico e questões ambientais e demográficas. Esses fatores impactam diretamente o Poder Marítimo e exigem das nações maior atenção à proteção de suas águas jurisdicionais.

No contexto regional, o CEMA ressaltou ameaças como pirataria, roubo armado, tráfico de drogas, armas e pessoas, alertando para a necessidade de um esforço conjunto entre os países do Atlântico Sul para enfrentar essas ameaças. O Brasil, como nação de grande extensão costeira e dono da Amazônia Azul – uma área marítima de 5,7 milhões de km² –, precisa fortalecer sua capacidade de vigilância e defesa de seus interesses marítimos.

Além disso, o Almirante enfatizou a importância da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), um fórum que reúne países da região para promover a segurança e estabilidade marítima. Para ele, a cooperação internacional é essencial para conter atividades ilícitas no mar e garantir a soberania brasileira sobre seus recursos naturais.

A formação estratégica dos oficiais e a importância dos Cursos de Altos Estudos Militares

Os Cursos de Política e Estratégia Marítimas (C-PEM) e de Estado-Maior para Oficiais Superiores (C-EMOS) têm papel fundamental na capacitação de líderes militares e civis para os desafios da defesa marítima. A turma de 2025 do C-PEM é composta por 32 Capitães de Mar e Guerra, além de representantes do Exército, da Força Aérea, da Receita Federal e de órgãos civis. Já o C-EMOS conta com 134 oficiais-alunos, incluindo militares de Marinhas amigas, como Angola, Argentina, Chile, Índia, Namíbia e Uruguai.

Essa diversidade de participantes enriquece o debate estratégico e fortalece o intercâmbio de conhecimentos entre diferentes instituições. A presença de militares estrangeiros reforça o compromisso do Brasil com a cooperação internacional e a formação de líderes preparados para enfrentar desafios comuns no ambiente marítimo.

O CEMA enfatizou que, diante das rápidas mudanças no cenário global, é essencial que os oficiais desenvolvam uma visão estratégica ampla, capaz de integrar conhecimentos sobre geopolítica, defesa e inovação tecnológica. A qualificação contínua desses profissionais é determinante para garantir que a Marinha do Brasil esteja sempre pronta para proteger seus interesses no mar.

O futuro da Marinha e a preparação das novas gerações para os desafios navais

Ao falar sobre o futuro da Força Naval, o Almirante Silva Lima ressaltou que a Marinha do Brasil precisa se adaptar às novas dinâmicas globais e investir na modernização de seus meios operacionais. A incorporação de novas tecnologias, como sistemas de vigilância por satélite, embarcações não tripuladas e inteligência artificial, será fundamental para fortalecer a capacidade de monitoramento da Amazônia Azul.

O CEMA também destacou a necessidade de desenvolver capacidades estratégicas que garantam a projeção do Poder Naval no Atlântico Sul. A ampliação da frota, a construção de novos submarinos e a modernização de navios de guerra são prioridades para que a Marinha continue desempenhando seu papel de forma eficaz na defesa da soberania brasileira.

Encerrando sua palestra, o Almirante reforçou a importância de preparar as novas gerações de oficiais para lidar com um ambiente de segurança cada vez mais desafiador. O investimento em educação, pesquisa e inovação será determinante para que a Marinha do Brasil siga evoluindo e mantendo sua posição de destaque no cenário marítimo internacional.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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