Marinha do Brasil assina protocolo para adquirir navios do Reino Unido

Assinatura acordo Marinha do Brasil e Reino Unido.
Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Em um movimento estratégico durante a LAAD 2025, a Marinha do Brasil firmou um protocolo de intenções com a Marinha Real Britânica para a futura aquisição dos navios multipropósito HMS Albion e HMS Bulwark. O acordo simboliza o fortalecimento da cooperação bilateral entre Brasil e Reino Unido no ano em que se celebram os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

Características operacionais dos navios da classe Albion

Projetados para missões de projeção de poder anfíbio, os navios da classe Albion são considerados ativos estratégicos no contexto da mobilidade naval moderna. Com cerca de 176 metros de comprimento e deslocamento superior a 19 mil toneladas, essas embarcações são capazes de transportar até 400 tropas em operação prolongada, além de veículos blindados, cargas logísticas e helicópteros de grande porte.

Um dos destaques operacionais é o convés de voo, que permite o embarque e operação simultânea de múltiplas aeronaves, ampliando a capacidade de apoio aéreo em ações militares ou humanitárias. Internamente, os navios possuem doca alagável para lançamento de embarcações de desembarque, característica essencial para operações em áreas isoladas ou afetadas por desastres naturais.

Além de seu uso tradicional em operações militares anfíbias, os navios da classe Albion têm se destacado em missões de ajuda humanitária e evacuação, por sua robustez, autonomia e flexibilidade logística. Sua eventual incorporação à Marinha do Brasil será um avanço expressivo na capacidade expedicionária e no apoio à população em situações críticas.

Relevância da aquisição para ações humanitárias e defesa civil

Nos últimos anos, o Brasil enfrentou diversos eventos climáticos extremos, como as chuvas intensas em São Sebastião (2023) e as enchentes no Rio Grande do Sul (2024). A aquisição de navios multipropósito amplia significativamente a capacidade da Marinha em prestar socorro às populações atingidas, com transporte de pessoal, equipamentos, suprimentos e prestação de atendimento médico.

Esses navios podem operar como bases móveis em situações de calamidade, com autonomia logística e infraestrutura para apoiar missões prolongadas. O seu uso também está alinhado com o conceito de Marinha Cidadã, promovendo uma atuação voltada ao bem-estar da sociedade civil, integrando-se a outras instituições como Defesa Civil, SAMU e Forças Auxiliares.

A aquisição também fortalece a capacidade de resposta integrada em desastres, permitindo que o Brasil atue não apenas em seu território, mas em missões de apoio a nações amigas, reforçando o papel do país como líder regional em assistência humanitária.

Cooperação Brasil-Reino Unido e impacto geopolítico

Cerimônia de assinatura Marinha do Brasil e Reino Unido.

A assinatura do protocolo na LAAD ocorre em um ano simbólico: o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Reino Unido. Mais do que uma aquisição de meios navais, o gesto representa um aprofundamento na cooperação estratégica e militar entre as duas nações, com potencial para parcerias em transferência de conhecimento, treinamento e manutenção.

O interesse da Royal Navy em colaborar com a Marinha do Brasil reflete também a confiança internacional na capacidade brasileira de operar grandes meios com excelência e responsabilidade. Essa relação pode gerar benefícios de longo prazo, com acesso a tecnologias, doutrinas operacionais e exercícios conjuntos que fortalecem a interoperabilidade entre as forças.

Do ponto de vista geopolítico, a possível aquisição insere o Brasil em um contexto de reequipamento estratégico, fortalecendo seu protagonismo no Atlântico Sul e ampliando sua capacidade de dissuasão e projeção regional, sem perder de vista o compromisso com missões humanitárias e defesa da soberania.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui