Na última sexta-feira, 1º de novembro, a Marinha do Brasil (MB) reuniu representantes de diversos segmentos da Comunidade Marítima brasileira na sede da Diretoria-Geral de Navegação (DGN), no Rio de Janeiro. O evento teve como objetivo apresentar as conquistas do Brasil na Organização Marítima Internacional (IMO) ao longo de 2024, com foco na transição energética e nas novas políticas de sustentabilidade para o Setor Naval. Em pauta, estiveram as inovações em biocombustíveis e a colaboração entre governo, academia e setor produtivo para enfrentar os desafios ambientais do transporte marítimo.
O Brasil e a transição energética na IMO
Um dos principais destaques do evento foi o avanço na adoção de biocombustíveis como alternativa para a transição energética no transporte marítimo. O Diretor-Geral de Navegação, Almirante de Esquadra Sílvio Luís dos Santos, enfatizou a importância do trabalho da comunidade marítima brasileira na IMO para incluir os biocombustíveis entre as alternativas viáveis para a descarbonização do setor. Embora o combustível definitivo ainda não esteja definido, o Brasil posiciona-se como um dos países líderes na promoção de combustíveis sustentáveis. “Esta é uma conquista significativa que reforça o papel do Brasil na busca por alternativas energéticas limpas e eficientes”, comentou o Almirante.
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O Diretor-Presidente da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Julian Roger Crispin Thomas, destacou que a descarbonização representa uma revolução necessária para o setor. A cooperação entre a Marinha e os representantes industriais é fundamental para alcançar os objetivos de sustentabilidade e reduzir as emissões no transporte marítimo, afirmando que “a iniciativa da Marinha em trabalhar em conjunto com todos os setores para o melhor para o país é essencial”.
A “tríplice-hélice” e o fortalecimento do setor marítimo
O Vice-Almirante Sergio Fernando de Amaral Chaves Júnior, Secretário Executivo Adjunto da Comissão Coordenadora de Assuntos da IMO (CCA-IMO), salientou que o Brasil adotou um modelo de sinergia, integrando o governo, a indústria e a academia – uma estrutura conhecida como “tríplice-hélice” – para fortalecer sua atuação internacional. Essa abordagem, consolidada no campo da Ciência e Tecnologia, torna-se agora uma prática estratégica na defesa dos interesses marítimos brasileiros na IMO. “A cooperação entre a Autoridade Marítima, ministérios, setor produtivo e pesquisadores permite ao Brasil posicionar-se como mediador em negociações importantes e com alta capacidade de resolver impasses”, comentou o Vice-Almirante.
O encontro refletiu essa filosofia colaborativa, com representantes do setor privado, como Erasmo Carlos Battistella, Diretor-Executivo da Be8, uma empresa brasileira de energias renováveis. Ele destacou que o diálogo direto com a Marinha e os setores produtivos fortalece o avanço dos biocombustíveis e acelera as metas de descarbonização. A “tríplice-hélice”, portanto, é vista como uma estratégia para assegurar que o Brasil seja representado de maneira efetiva e unificada em questões marítimas globais, como a sustentabilidade.
O Brasil na IMO: trajetória e desafios futuros
Membro da IMO desde 1963 e parte de seu Conselho desde 1967, o Brasil tem um histórico de defesa do transporte marítimo seguro e sustentável. A Marinha do Brasil desempenha papel crucial, regulando as normas para o registro, construção e certificação de embarcações, e garantindo a segurança dos mares e rios brasileiros. Entre as responsabilidades da Marinha estão a regulamentação do uso de materiais de salvamento, a capacitação de aquaviários e o monitoramento ambiental, atuando ativamente para prevenir a poluição hídrica causada por embarcações.
Esse trabalho fortalece o posicionamento do Brasil no cenário global e ajuda a consolidar o país como um importante aliado na promoção de um transporte marítimo sustentável. A reunião com a comunidade marítima reafirmou o compromisso do Brasil com a IMO, destacando a importância de parcerias contínuas para alcançar uma economia azul robusta e o desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis. A continuidade desse diálogo assegura que o Brasil não só esteja presente, mas também atue como um líder proativo no cenário marítimo internacional.
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