Por Por Primeiro-Tenente (T) Ohana Gonçalves dos Reis Martinho – Belém, PA

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O Comando do 4º Distrito Naval (Com4ºDN) confirmou, em maio, o apoio ao projeto “Sistema multiescala de detecção e modelagem de derramamento de óleo”, desenvolvido pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e outras instituições acadêmicas do País. O projeto integra o Programa Ciência do Mar, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em parceria com a Marinha do Brasil (MB), que busca produzir e aplicar o conhecimento científico e tecnológico para atingir benefícios sociais, econômicos e ambientais.

A MB e o MCTI contrataram diversos projetos por meio da Chamada Pública 06/2020, lançada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, para desenvolver pesquisa e desenvolvimento para enfrentamento de derramamento de óleo na costa brasileira.

Em complemento, a MB ainda tem promovido, periodicamente, reuniões e debates por meio da Comissão Técnico-Científica para o Assessoramento e Apoio das Atividades de Monitoramento e Neutralização dos Impactos Decorrentes da poluição Marinha por óleo e outros Poluentes na Amazônia Azul (ComTecPolÓleo).

A ComTecPolÓleo, coordenada pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e assessorada pelo Centro Tecnológico da Marinha no Rio de Janeiro, foi criada, em 2020, com objetivo de conceber um mecanismo de articulação técnico-científico inclusivo, em prol do aumento da capacidade de detecção, prevenção de impactos, formulação de ações propositivas e ações de respostas tempestivas, bem como auxílio à mitigação de danos, na eventualidade de incidentes ambientais decorrentes da poluição por óleo e outros poluentes no mar.

Projeto “Sistema multiescala de detecção e modelagem de derramamento de óleo”

Para colaborar com o projeto, será necessário realizar levantamentos hidroceanográficos, a fim de coletar dados hidrodinâmicos, como intensidade e direção de corrente de mar e rios, descarga hídrica e maré, em sistemas estuarinos da costa paraense. A Marinha disponibilizará meios navais para auxiliar os pesquisadores da UFPA.

O Centro de Hidrografia e Navegação do Norte (CHN-4), Organização Militar (OM) subordinada ao Com4ºDN, é responsável por apoiar o projeto, através do emprego do Navio Hidroceanográfico “Garnier Sampaio”, do Navio Balizador “Tenente Castelo” e do Aviso Hidroceanográfico Fluvial “Rio Tocantins”. A parceria fornecerá informações importantes para o Banco Nacional de Dados Oceanográficos, além de contribuir para o desenvolvimento nacional.

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Reitor da UFPA, Comandante do 4º Distrito Naval e Chefe do Estado-Maior do Com4ºDN – Imagem: MN-RM2 Barroso/Marinha do Brasil

O projeto interdisciplinar ainda fará uso de tecnologias de sensoriamento remoto, inteligência artificial, engenharia ambiental, modelagem numérica, ciência de dados e oceanografia. O estudo permitirá a avaliação da extensão de impactos sobre diferentes ecossistemas, como corais, manguezais, praias e gramas marinhas; de danos efetivos causados pelo óleo sobre cursos pesqueiros; e a detecção preventiva de acidentes com transporte de óleo e combustíveis. Também será simulada a trajetória do óleo em mar e rios, contribuindo para determinar a origem do derramamento e a identificar o possível poluidor.

Para o diretor do CHN-4, Capitão de Fragata Andérmisson Claudino da Silva Moura, a cooperação técnica entre a comunidade científica e o Com4ºDN resultará em ganhos para a sociedade civil. “A ampliação do conhecimento da hidrodinâmica dos rios da região, além de promover a segurança da navegação, irá impulsionar o desenvolvimento sustentável da economia local”, disse o diretor.

O reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, ressaltou a importância da união de diferentes universidades e órgãos para desenvolver o projeto, com propósito de prever e mitigar impactos de ocorrências que podem comprometer nossos ecossistemas marítimos e fluviais. “Para ser desenvolvido a contento, depende da cooperação de muitos atores e a Marinha do Brasil é parceira das universidades nessa iniciativa, garantido condições para que etapas embarcadas sejam realizadas com sucesso. Somos gratos por essa colaboração e esperamos que venha a ser um estímulo para outras ações conjuntas em favor da ciência na Amazônia”, finalizou o reitor.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).