As tragédias ocasionadas pelas fortes chuvas, cada vez mais comuns, trazem à tona, mais uma vez, a reflexão sobre o papel do poder público no planejamento urbano das áreas de risco. A cada novo período de chuvas, o número de vítimas aumenta, enquanto ações preventivas não são desenvolvidas, e uma das soluções para o monitoramento das encostas pode estar no mapeamento aéreo desenvolvido aqui mesmo no Brasil.

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Trata-se de uma tecnologia embarcada em aviões da empresa Fototerra (https://fototerra.com.br/), capaz de identificar características do solo que serviriam de base para estratégias para assegurar o bem-estar da população nesses locais. É que o laser utilizado nesse tipo de mapeamento costuma atingir volume e profundidade três vezes maior do que um levantamento realizado por fotos de drones ou apenas com a visão no solo, atravessando até mesmo a vegetação.

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“Utilizamos um sistema, chamado LiDAR (Light Detection and Ranging – detecção e alcance de luz, em tradução livre), que gera pulsos durante o voo que quando refletidos mapeiam o solo”, explica Guilherme Brechbuhler, CEO da Fototerra. Nesse sistema, o reflexo do laser volta para a aeronave depois de ser lançado e possibilita que uma série de cálculos seja realizada. “São dados puros que nossa equipe estuda e cataloga para fornecer informações sobre o terreno avaliado”, completa.

O detalhamento é bastante amplo, revelando a topografia – composição exata de uma superfície terrestre, incluindo formas, características, aclives e declives – e os riscos de inundações ou encharcamento do solo, dados essenciais para o planejamento urbano. Tudo isso em representações gráficas em 3D.

A cidade de São Paulo, por exemplo, foi a primeira da América Latina, em 2019, a disponibilizar o mapa do município obtido a partir da tecnologia LiDAR através do site GeoSampa. Mas, as informações podem ser aprofundadas em práticas de prevenção de riscos, com estudos direcionados.

“Felizmente, quando se pensa em habitação, é muito comum que se incluam tecnologias aéreas na resolução de problemas. Trabalhar com uma tecnologia avançada como essa nos dá agilidade e rapidez na obtenção de dados e resultados. Estamos falando de um mapeamento que pode ser coletado com antecipação aos momentos críticos para que as ações aconteçam antes dos desastres”, defende Guilherme.