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De uma simulação de vazamento de óleo a estratégias de defesa para as Olimpíadas do Rio, os Jogos de Guerra vêm se consolidando como uma peça-chave no planejamento de segurança e soberania do Brasil. Na Escola de Guerra Naval (EGN), onde funciona o principal centro do país, líderes civis e militares testam soluções para ameaças que vão da guerra cibernética à coordenação interagências, passando por desastres naturais e operações de fronteira.
Estrutura, métodos e simulações conduzidas no Centro de Jogos de Guerra da EGN

Localizado no Rio de Janeiro, o Centro de Jogos de Guerra da EGN é uma referência nacional na aplicação de metodologias de simulação estratégica. Lá, são desenvolvidos cenários operacionais e político-estratégicos que combinam tecnologia, análise de dados e elementos do direito internacional, logística, inteligência e diplomacia. As simulações não se limitam ao campo de batalha: englobam também pandemias, crises ambientais, ações humanitárias e emergências civis.
As atividades utilizam softwares avançados de modelagem, painéis interativos e equipes multidisciplinares, envolvendo oficiais das três Forças, representantes de agências governamentais e acadêmicos. O objetivo é criar ambientes realistas, complexos e desafiadores, nos quais os participantes possam testar suas reações, analisar riscos e propor soluções sob pressão — tudo sem o uso de tropas reais.
Casos aplicados: Olimpíadas, Angra, fronteiras e resposta a crises
Segundo o Capitão de Mar e Guerra William, a aplicação dos Jogos de Guerra no Brasil vai além do meio militar. Entre os exemplos destacados estão as simulações realizadas para o plano de contingência das usinas nucleares de Angra, o planejamento de ações em caso de vazamento de óleo em águas jurisdicionais brasileiras, e os dois grandes exercícios realizados para garantir a segurança das Olimpíadas Rio 2016.
Outro caso relevante foi o jogo elaborado a pedido do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, voltado ao Programa de Proteção Integrada de Fronteiras. Em 2023, o Centro também organizou um jogo de guerra em parceria com a Receita Federal, simulando uma operação interagências no porto do Rio de Janeiro. “Esses exercícios nos permitiram antecipar problemas, testar protocolos e integrar forças civis e militares em tempo real”, destacou o oficial.
O valor estratégico dos Jogos de Guerra para o Brasil contemporâneo
No contexto atual, em que conflitos híbridos, desinformação, ataques cibernéticos e crises climáticas se entrelaçam, os Jogos de Guerra emergem como uma ferramenta essencial para o preparo estratégico nacional. A capacidade de antecipar ameaças, treinar lideranças e desenvolver doutrinas seguras sem mobilizar recursos reais traz uma economia significativa ao Estado e amplia o controle sobre riscos operacionais.
Além disso, os jogos promovem amadurecimento emocional e técnico, incentivando a tomada de decisão consciente, ética e colaborativa. Eles ajudam o Brasil a construir soberania estratégica, capacitar servidores públicos e articular respostas eficazes a problemas complexos — um diferencial fundamental para qualquer nação que deseje navegar com segurança em tempos de incerteza.
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