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Diante de um cenário global de incertezas, com conflitos ativos e competição entre grandes potências, a Marinha do Brasil aposta no fortalecimento do pensamento estratégico por meio dos Jogos de Guerra. A Escola de Guerra Naval concluiu, em abril, a formação da 10ª turma no curso que ensina a planejar, simular e decidir em contextos de alta complexidade.
Curso estruturado e voltado à resolução de crises reais
Entre os dias 7 e 9 de abril, a Escola de Guerra Naval (EGN) recebeu militares da ativa e da reserva para o Curso de Extensão sobre os Fundamentos dos Jogos de Guerra, voltado para profissionais que atuam em Estados-Maiores e em funções que exigem raciocínio estratégico diante de problemas complexos. A formação foi conduzida pelo Capitão de Mar e Guerra (RM1) Alexandre Tito dos Santos Xavier, autor do único livro nacional sobre o tema.

Participaram da turma integrantes do Comando da 1ª Divisão da Esquadra, do Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), do Centro de Inteligência da Marinha e da própria EGN. O conteúdo abrangeu desde a fase de especificação até a execução e análise dos jogos, oferecendo uma visão ampliada sobre a importância dos JG no contexto atual da defesa.
Formação estratégica para o mundo real e suas tensões
Em tempos de instabilidade geopolítica — como os conflitos em curso na Ucrânia, Oriente Médio, África e Ásia — os Jogos de Guerra se tornam ferramentas cruciais para formar líderes preparados para a tomada de decisão em ambientes de crise. No Brasil, essa metodologia não apenas apoia o planejamento militar, mas também pode ser aplicada em políticas públicas, ações humanitárias, pandemias e cenários corporativos.
Segundo o CMG Alexandre Tito, os Jogos de Guerra contribuem para simular situações futuras, analisar decisões e preparar reações estratégicas sem a necessidade do emprego real de forças. O processo inclui aspectos como direito internacional, logística, guerra cibernética e conflitos híbridos, promovendo o amadurecimento técnico e emocional dos participantes.
O Brasil no mapa estratégico dos Jogos de Guerra
O Centro de Jogos de Guerra da EGN, localizado no Rio de Janeiro, é hoje uma referência nacional. Além de apoiar a formação de oficiais, contribui para o desenvolvimento de cenários operacionais e político-estratégicos.
No mundo, instituições acadêmicas e forças armadas têm investido pesadamente na formação em JG. Os conflitos modernos, com múltiplos atores e frentes simultâneas, exigem preparo intelectual que vai além do tático. Para o Brasil, essa expertise representa economia de recursos, antecipação de ameaças, desenvolvimento doutrinário e soberania estratégica.
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