Interoperabilidade em foco: Jogo de Guerra MAJHID une Marinhas de várias nações

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No ambiente desafiador do Centro de Jogos de Guerra da Escola de Guerra Naval, oficiais de diversas marinhas se reúnem para testar seus conhecimentos no Jogo de Guerra MAJHID. Este exercício não apenas simula cenários complexos, mas também promove a interoperabilidade entre as forças, destacando a importância do planejamento conjunto em operações militares reais. Abaixo confira depoimentos da condução do Jogo de Guerra e as experiências adquiridas com o mesmo.

Estrutura e Propósito do Jogo MAJHID

Fases do Jogo

O Jogo de Guerra MAJHID é estruturado em duas fases distintas, cada uma com objetivos claros e complementares. Na primeira fase, conhecida como a fase de planejamento, os oficiais-alunos se dedicam à consolidação dos conhecimentos adquiridos em meses de preparação. Nesta etapa, eles são desafiados a criar um plano operacional detalhado, aplicando a doutrina de planejamento militar conjunto e a arte operacional. Essa fase culmina na apresentação desse plano, que é meticulosamente avaliado antes de avançar para a fase seguinte.

Na segunda fase, chamada de fase de execução, os participantes colocam em prática o plano operacional desenvolvido anteriormente. Esse momento é crucial, pois permite que os oficiais-alunos enfrentem a realidade de controlar uma operação planejada, ajustando estratégias conforme as simulações avançam. A avaliação final do jogo é feita com base na eficácia do plano e na capacidade dos oficiais de adaptar-se a mudanças inesperadas, refletindo as exigências de um cenário de guerra real.

Objetivos Educacionais

O principal objetivo do MAJHID é capacitar oficiais superiores no processo de tomada de decisão em nível operacional, em um ambiente que simula com precisão as complexidades e desafios do campo de batalha. A experiência acumulada ao longo das fases do jogo permite que os participantes desenvolvam habilidades críticas, como liderança, trabalho em equipe e pensamento estratégico, fundamentais para o desempenho de funções em estados-maiores conjuntos. Além disso, o exercício serve como um campo de prova para o conhecimento teórico, reforçando conceitos aprendidos ao longo do curso e garantindo que os oficiais estejam prontos para aplicá-los em situações reais.

Importância do Planejamento Conjunto

O MAJHID enfatiza a importância do planejamento conjunto, um conceito essencial nas operações militares modernas. A colaboração entre diferentes seções e forças, tanto no nível tático quanto estratégico, é testada e aprimorada durante o jogo. Os oficiais-alunos aprendem a coordenar esforços, integrar recursos e ajustar planos de forma dinâmica, enfrentando a complexidade de uma operação conjunta que simula a necessidade de respostas rápidas e eficazes em cenários em constante evolução. Essa experiência é vital para preparar os oficiais para as realidades do campo de batalha, onde o sucesso depende da capacidade de trabalhar de forma coesa com outras unidades e nações.

Experiência dos Participantes

Depoimentos dos Oficiais-Alunos

O Comandante Sloboda, atuando como comandante do teatro de operações de um dos partidos do jogo, descreve a experiência como uma oportunidade única para aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Divididos em dois grupos, Partido Vermelho e Partido Azul, os oficiais-alunos enfrentam a responsabilidade de liderar operações complexas em um ambiente controlado, mas realista. A experiência não só fortalece suas habilidades de liderança e decisão, mas também os prepara para enfrentar desafios reais no futuro.

Já a Comandante Paulenisa, que integra a seção de comunicação social do Partido Azul, destaca como o jogo permite que ela pratique, de forma prática, as funções de sua área, como a comunicação estratégica. Segundo ela, a simulação, embora controlada, apresenta desafios dinâmicos que exigem constante adaptação, tornando o aprendizado prático e relevante. A oportunidade de aplicar conceitos táticos e estratégicos em um ambiente simulado, mas que imita a vida real, é uma das grandes mais-valias do jogo.

Visão Internacional

Para o Major Lyon, do Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos, o Jogo de Guerra MAJHID oferece uma perspectiva inestimável sobre as operações militares brasileiras. Ele enfatiza que a interação com a Marinha do Brasil no contexto do MAJHID não só melhora a compreensão das táticas e estratégias locais, mas também fortalece a interoperabilidade entre as forças armadas dos dois países. A capacidade de reagir a novas informações e adaptar planos em tempo real, como exigido durante o jogo, é algo que ele considera crucial para as operações conjuntas no futuro.

O Comandante Diego, da Marinha do Chile, também destaca a importância do MAJHID para a melhoria da interoperabilidade entre as forças. Para ele, a experiência de trabalhar lado a lado com oficiais brasileiros e de outras nações em um cenário que simula uma operação conjunta real proporciona insights valiosos sobre as práticas e doutrinas militares do Brasil, além de fortalecer os laços de cooperação entre os países.

Aplicação Prática

O Jogo de Guerra MAJHID é mais do que uma simples simulação; é um exercício prático que coloca à prova a capacidade dos oficiais de responder a cenários de crise de forma eficaz. Ao enfrentar situações imprevistas e ajustar seus planos de acordo com as mudanças do ambiente simulado, os participantes aprimoram suas habilidades de planejamento e execução. Essa prática é fundamental para preparar os oficiais para o tipo de complexidade e dinamismo que encontrarão em operações reais, onde a capacidade de adaptar-se rapidamente pode determinar o sucesso de uma missão.

Interoperabilidade e Cooperação Internacional

Fortalecimento de Relações

O Jogo de Guerra MAJHID desempenha um papel fundamental na construção e fortalecimento de laços entre as marinhas participantes. A presença de oficiais de diferentes países, como os Estados Unidos e o Chile, não só enriquece o exercício com diversas perspectivas, mas também promove um entendimento mútuo e a criação de laços duradouros. Esses laços são essenciais para operações conjuntas no futuro, onde a confiança e a comunicação eficaz entre nações são cruciais para o sucesso das missões.

Exercícios Conjuntos

A realização de exercícios conjuntos como o MAJHID é vital para a interoperabilidade entre as forças armadas de diferentes nações. Durante o jogo, os oficiais aprendem a integrar suas táticas e estratégias com as de seus colegas internacionais, superando barreiras culturais e linguísticas. A prática da interoperabilidade em um ambiente simulado prepara as marinhas participantes para trabalhar juntas de maneira mais eficiente em operações reais, aumentando a segurança e a eficácia das missões conjuntas no cenário global.

Impacto Global

Em um mundo onde as ameaças são cada vez mais complexas e interconectadas, a capacidade de cooperar eficazmente com outras nações é essencial. O MAJHID não só contribui para a preparação dos oficiais brasileiros e estrangeiros para esses desafios, mas também serve como um exemplo de como a cooperação internacional pode fortalecer a segurança global. Ao promover a troca de conhecimentos e a prática da interoperabilidade, o exercício ajuda a criar uma base sólida para operações conjuntas bem-sucedidas, garantindo que as forças armadas dos países participantes estejam prontas para enfrentar as ameaças do futuro.

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Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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