A DeepMind criou uma inteligência artificial capaz de realizar a previsão do tempo com uma precisão impressionante. A empresa é especializada na construção de IAs focadas na resolução de problemas, mas agora decidiu abraçar de vez a meteorologia como um campo importante de atuação.

Para antever uma precipitação, a meteorologia usa satélites e um conjunto de informações, como direção e força dos ventos, para saber se uma massa de ar pode ou não se deslocar para a região. No caso da probabilidade de chuvas, as medições são feitas com até duas horas de antecedência para garantir a realização de eventos ao ar livre, aviação civil e ações emergenciais em caso de tempestades.

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O modelo da DeepMind usa os últimos 20 minutos para projetar os próximos 90 (Imagem: Reprodução/DeepMind)

Os modelos atuais são eficazes para prever chuvas de baixa intensidade com precisão, mas sua utilidade operacional é limitada porque produzem imagens desfocadas em tempos de espera longos, o que resulta em desempenho reduzido em caso de chuva média ou forte. A tecnologia da DeepMind, contudo, possibilita uma previsão muito mais eficaz.

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Com ajuda dos algoritmos de antecipação de precipitações, é possível realizar a medição a cada cinco minutos em um raio de 1 km graças à associação de dados coletados por radares de alta precisão. A IA consegue avisar até 90 minutos antes de uma chuva graças a uma modelagem generativa que observa os 20 minutos atuais e projeta o futuro.

Segundo os estudiosos, o sistema foi aprovado por mais de 50 meteorologistas especialistas do Reino Unido por sua precisão e utilidade, com um índice de acerto 89% superior aos outros métodos. Os resultados foram condensados em um artigo, escrito em colaboração com o Met Office, e publicado na revista científica Nature.

Utilização prática

A empresa afirma ter usado análises estatísticas, econômicas e cognitivas para criar a abordagem inédita de previsão de precipitações a partir de radares. Embora isso tenha sido algo notável, os pesquisadores admitem que ainda falta trabalho para melhorar a precisão das previsões de longo prazo e em eventos raros e intensos. “O trabalho futuro exigirá que desenvolvamos maneiras adicionais de avaliar o desempenho e nos especializemos ainda mais para aplicações específicas do mundo real”, descreveram.

A DeepMind não planeja comercializar a tecnologia, e sim que esse passo deve ajudar outros pesquisadores a desenvolverem versões aprimoradas da inteligência artificial, com novos dados e métodos de verificação. O fato é que se trata de um belo exemplo no qual o aprendizado de máquina e os algoritmos ajudam a ciência ambiental a solucionar problemas, além de ajudar a antever eventos decorrentes das mudanças climáticas.

Fonte: Nature, DeepMind e Canal Tech