Indústria de Defesa avança com propostas coordenadas da ABIMDE e SIMDE

Reunião em auditório com oficiais militares e civis.
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Em um ambiente marcado por cooperação institucional e visão estratégica, a ABIMDE e o SIMDE protagonizaram, no DCTA, uma plenária que reafirma o compromisso com uma indústria de defesa robusta, autônoma e nacional. O evento reuniu especialistas, militares e representantes do governo para alinhar ações que consolidem a soberania industrial brasileira.

Políticas públicas e previsibilidade: a articulação da ABIMDE e SIMDE com o Ministério da Defesa

Durante o encontro, foram apresentados os avanços e os desafios enfrentados pela Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). O presidente do Conselho da ABIMDE, Luiz Teixeira, destacou a importância de ações coordenadas junto ao Ministério da Defesa, às Forças Armadas e ao Poder Legislativo para garantir previsibilidade orçamentária e estímulos concretos ao setor. Uma das pautas centrais foi o apoio à PEC da Previsibilidade, defendida também pelo diretor do SIMDE, Luiz Monteiro, como eixo essencial para garantir financiamento contínuo e sustentável à indústria de defesa.

As entidades também propuseram a criação de fundos soberanos específicos para as Forças Armadas, com base em modelos já aplicados à segurança pública. A ideia é utilizar receitas oriundas de setores estratégicos, como petróleo e minérios, para garantir recursos perenes e desvinculados de ciclos políticos, permitindo planejamento de longo prazo e continuidade nos projetos estratégicos de defesa.

O papel estratégico do DCTA e do ITA na inovação tecnológica da BIDS

Oficial falando em conferência, microfone na mão, uniforme azul.

O local escolhido para o evento – o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – simboliza o berço da alta tecnologia militar brasileira. Ao abrir a plenária, o Vice-Diretor do DCTA, Major-Brigadeiro David Almeida Alcoforado, fez referência à trajetória do Marechal Casimiro Montenegro, idealizador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que completa 75 anos em 2025.

A relação entre formação científica, inovação e defesa foi destacada como fundamental para a consolidação de uma base industrial autônoma. O DCTA apresentou avanços na área aeroespacial, como o lançamento de foguetes e satélites em solo nacional, e reafirmou seu compromisso com a pesquisa aplicada. A proposta da ABIMDE de criar programas acadêmicos de pós-graduação voltados à defesa e de lançar editais temáticos de inovação com apoio do MCTI foi recebida com entusiasmo.

Marcos regulatórios e incentivos fiscais: os pilares para o fortalecimento da indústria nacional de defesa

Palestra sobre Defesa com público atento

Outro ponto de destaque foi a apresentação técnica do Secretário de Produtos de Defesa (SEPROD), Tenente-Brigadeiro Heraldo Luiz Rodrigues, que reforçou a importância da Lei nº 12.598/2012 e dos instrumentos legais como o RETID e o Termo de Licitação Especial (TLE). O RETID, que concede isenções fiscais a Empresas Estratégicas de Defesa (EED), proporcionou uma economia de R$ 1,3 bilhão ao setor nos últimos anos. Já o TLE, que permite compras diretas de produtos estratégicos, movimentou R$ 2,3 bilhões em aquisições desde 2015.

A SEPROD também apresentou a proposta de modernização da Lei nº 12.598, com o objetivo de ampliar a segurança jurídica, incorporar o conceito de “sistema de defesa” e definir formalmente o que é uma Empresa de Defesa (ED). A atualização da legislação será encaminhada à Casa Civil, visando garantir que a indústria de defesa brasileira seja tratada como política de Estado, e não apenas de governo.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).