O embaixador do Cazaquistão, Exmo. Sr. Bolat Nussupov, esteve no dia 12 de agosto na sede da INB, no Rio de Janeiro, onde se reuniu com o presidente Carlos Freire Moreira, o diretor de Produção do Combustível Nuclear, Márcio Adriano Coelho da Silva, e o superintendente de Planejamento Estratégico e Comercialização, João Carlos Derzi Tupinambá.

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Durante o encontro, o embaixador ressaltou a confiança que deposita na INB, por meio da relação que a empresa tem com a estatal do Cazaquistão Kazatomprom, líder mundial em mineração de urânio. “Temos uma cooperação de muita confiança e orientada para o futuro”, afirmou Nussopov.

O embaixador aproveitou a visita para convidar a INB para participar do Conselho Empresarial Cazaque-Brasileiro, que está sendo criado e deve ter sua primeira reunião realizada nos próximos meses. Nussopov comentou também sobre a intenção de estabelecer um memorando de entendimento que poderá abrir novas oportunidades de negócios entre os dois países.

Durante o encontro, a INB apresentou ao embaixador um vídeo sobre a retomada das atividades de produção de urânio na Unidade de Caetité/BA.

AIEA

Representantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), dentre outros órgãos se reuniram de forma híbrida na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende/RJ e virtualmente, para apresentação dos resultados dos testes práticos do método de “Amostragem de Hexafluoreto de Urânio Gasoso Utilizando Pastilhas de Alumina”. A INB foi a planta comercial escolhida para os primeiros testes iniciados em 2019.

Apelidado de “Método Cristallini” em homenagem ao químico argentino Osvaldo Cristallini, o procedimento foi desenvolvido pela ABACC e pelo IPEN, e tem como base a capacidade de absorção do hexafluoreto de urânio (UF6) pelas pastilhas de óxido de alumínio (alumina).

Como parte de um acordo internacional para o uso exclusivamente pacífico da energia nuclear, a ABACC e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) coletam amostras do UF6 enriquecido na INB para verificar, de forma independente, o teor isotópico do material declarado.

A amostragem pelo método tradicional, no entanto, utiliza ampolas de aproximadamente 10 gramas do hexafluoreto de urânio na forma gasosa. Isto exige cuidados para o transporte das amostras para os laboratórios.

De acordo com o Dr. Olívio Júnior, responsável pela divisão de Processos do IPEN, o objetivo da reunião foi apresentar para a AIEA e demais órgãos, os dados obtidos nos ensaios realizados na planta de enriquecimento da INB. “Com o resultado que obtivemos, podemos demonstrar como o método é mais simples, seguro, gera menos riscos e rejeitos do que é utilizado hoje”, explicou.

“No Método Cristallini, as pastilhas de alumina impregnadas com o UF6 são facilmente transportadas aos laboratórios para serem analisadas, mantendo a composição isotópica original do urânio, e, lá, elas são quebradas em ácido nítrico para análise. Desta forma, não há perigo radiológico, já que se coleta uma quantidade mil vezes menor do material”, explicou o Dr. Olívio. A ideia, de acordo com o responsável técnico, é que em breve seja possível aplicar o procedimento em usinas de eriquecimento isotópico ao redor do mundo.

O procedimento já foi validado pela Sociedade Americana para Teste de Materiais (ASTM – American Society for Testing Materials), que criou a norma C1880-19. “Os responsáveis pelo licenciamento em cada país que devem decidir pela adoção do método, já que do ponto de vista técnico ele já teve sua comprovação”, destacou. Essa foi a primeira norma desenvolvida por brasileiros a ser estabelecida pela associação.

Conforme a gerente de Engenharia de Processo da INB (GEPRO.E), Janine Gandolpho, a metodologia reduz o tempo da atividade de salvaguardas de forma segura. “Do ponto de vista do operador, ganhamos pelo tempo de amostragem e, por outro lado, a Agência também ganha pela facilidade no transporte pois os recipientes são simplificados, já que não há presença de Ácido Fluorídrico (HF). Além disso, a massa de Urânio é infinitamente menor”, explicou a gerente.

Fonte: Portal BIDS

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).