Soraya Manato: a história não se faz apenas pela ação dos governantes

Em 1838, nascia Marcílio Dias, filho caçula de Pulcena Dias e Manuel Fagundes, marítimo de origem portuguesa. Conta a história que a sua mãe, negra e lavadeira, em 1855, foi presa injustamente e, preocupada com o mau comportamento do filho, durante seu período no cárcere, decidiu pedir ao seu compadre que entregasse Marcílio Dias aos “menores”, como era conhecida a Escola de Grumetes no Rio de Janeiro.

Aos 17 anos, em julho de 1855, ingressou na Armada Imperial como Grumete (Recruta), sendo Praça no Corpo de Imperiais Marinheiros em 5 de agosto do mesmo ano.
Foi destacado para a Fragata “Constituição” em 1856 e, logo em seguida, transferido para o Vapor “Recife”. No ano de 1858, foi destacado no Vapor “Paraense”, tendo sido promovido a Marinheiro de 3ª Classe em 1861 e a Marinheiro de 2ª Classe no ano seguinte.
Em 1863, matriculou-se na Escola Prática de Artilharia, que funcionava a bordo da Fragata “Constituição”. No dia 19 de dezembro daquele ano teve aprovação e classificação como Praça distinto com direito a usar o distintivo de Marinheiro-Artilheiro e, após isso, destacou no Vapor “Parnaíba”.
No ano de 1864, foi promovido a Marinheiro de 1ª Classe e, no final do mesmo ano, desembarcou em Paysandú. Era tripulante da Corveta “Parnaíba”, quando do ataque da Esquadra Brasileira, sob o Comando do Almirante Tamandaré, à Praça de Paysandú. Em 1865, no dia 02 de janeiro, coube-lhe a glória de cravar o estandarte brasileiro na torre da Igreja dessa praça, já logicamente dominada.
Na data de 11 de junho de 1865, travou-se a Batalha Naval do Riachuelo, que imortalizou a bravura do jovem Marinheiro Marcílio Dias. A Corveta “Parnaíba”, da qual era tripulante, sofreu a abordagem de quatro Vapores paraguaios: “Paraguari”, “Tacuari”, “Salto” e o “Marquês de Olinda” (este último, navio brasileiro aprisionado pelos paraguaios anteriormente), dando lugar a um dos mais notáveis combates de toda a guerra. Durante esse episódio, o Imperial Marinheiro foi ferido mortalmente, tendo falecido no dia seguinte às 14 horas. Foi sepultado nas águas do Rio Paraná, em 13 de junho.
Pela sua bravura e de todos os Imperiais Marinheiros Brasileiros, a Batalha Naval do Riachuelo foi, naquela ocasião, preponderante para a consolidação do Espírito de Guerreiro da Marinha Imperial.
Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).