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Quando a frota portuguesa chegou à Baía de Todos os Santos em 1625 para expulsar os holandeses, um grupo de combatentes marcou seu nome na história. Esses homens pertenciam ao recém-criado Terço da Armada, uma tropa anfíbia que viria a inspirar o Corpo de Fuzileiros Navais. Quatro séculos depois, a bravura demonstrada naquela missão permanece viva na identidade dos militares que compõem essa força. Com um legado de disciplina e espírito expedicionário, os Fuzileiros Navais são referência em operações anfíbias e de defesa da soberania do Brasil.
A origem dos Fuzileiros Navais: do Terço da Armada ao CFN
O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil tem raízes profundas na história militar luso-brasileira. Sua origem remonta a 1621, quando Portugal, sob domínio espanhol durante a União Ibérica, criou o Terço da Armada para proteger suas colônias de invasores estrangeiros.
O batismo de fogo da tropa ocorreu em 1625, durante a Batalha de Salvador. Na época, os holandeses haviam ocupado a capital da colônia portuguesa, e o rei Filipe IV enviou uma grande força naval, chamada “Jornada de Vassalos”, para retomar a cidade. A frota, composta por 52 navios e cerca de 13 mil homens, conseguiu expulsar os invasores e consolidar a presença militar portuguesa no Brasil. Esse evento marcou a primeira grande operação de guerra anfíbia realizada no território que, séculos depois, daria origem ao Brasil.
A evolução da tropa continuou com a criação da Brigada Real da Marinha, em 1797, por Dona Maria I de Portugal. Essa unidade acompanhou a família real portuguesa em sua fuga para o Brasil em 1808, desempenhando um papel fundamental na proteção da corte no Rio de Janeiro. Em 7 de março daquele ano, os militares da Brigada Real desembarcaram no porto carioca, data que se tornou o Dia dos Fuzileiros Navais.
Com o passar dos séculos, os Fuzileiros Navais modernizaram suas táticas e equipamentos, consolidando-se como uma força de elite dentro da Marinha do Brasil. Hoje, o CFN mantém vivo o legado de seus antecessores, operando em missões estratégicas no Brasil e no exterior.
O papel dos Fuzileiros Navais na defesa do Brasil

Os Fuzileiros Navais são uma força militar altamente treinada para atuar em diversos tipos de missões, com destaque para as operações anfíbias e ribeirinhas. Seja na proteção do litoral brasileiro, em ações na Amazônia Azul ou no patrulhamento de rios e estuários, os militares do CFN estão sempre prontos para enfrentar desafios em cenários hostis.
Além das missões de combate, os Fuzileiros Navais desempenham um papel fundamental em operações humanitárias e de paz. A tropa já participou de missões da ONU no Haiti e no Líbano, prestando assistência em áreas de conflito e desastres naturais. Também foram fundamentais em ações de resgate e apoio à população brasileira durante enchentes e outras calamidades.
Na segurança nacional, o CFN atua na defesa de infraestruturas estratégicas e no combate a ameaças assimétricas, como o tráfico de drogas e crimes ambientais. O rigoroso treinamento dos Fuzileiros Navais garante que cada combatente esteja preparado para atuar sob condições extremas, seja em selvas, desertos ou regiões litorâneas.
O Museu do Corpo de Fuzileiros Navais: preservando a história
Para manter viva essa tradição, a Marinha do Brasil mantém o Museu do Corpo de Fuzileiros Navais, localizado na Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. O espaço abriga um acervo histórico que remonta aos primeiros séculos da tropa, contando com uniformes, armas e documentos raros.
Um dos destaques do museu é a tela “La recuperación de Bahia de Todos los Santos”, do artista Juan Bautista Maíno, que retrata a expulsão dos holandeses de Salvador em 1625. Também há exposições sobre a Brigada Real da Marinha e os conflitos nos quais os Fuzileiros Navais participaram ao longo da história.
Além das exposições, o museu oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer a estrutura original da Fortaleza de São José, que no passado serviu como ponto estratégico de defesa do Brasil. O museu abre de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 16h, e aos sábados, das 9h às 12h, para grupos com mais de vinte visitantes. A entrada é franca, mas é necessário fazer um agendamento prévio para as visitações aos sábados por meio do telefone: (21) 2126-5053 ou do e-mail [email protected].
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